Nélson Pinhão, do Atlético, comandou a baliza do vencedor do Campeonato de Portugal com grande esforço pessoal, ao dividir o futebol com o emprego.
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Nélson Pinhão já tinha uma medalha de prata em casa. Mas, desta feita, na segunda vez que pisou o relvado do Jamor para a final do Campeonato de Portugal - na primeira tinha perdido, pelo Vilafranquense, frente ao Casa Pia - subiu as escadas coroado como vencedor, título que culmina uma temporada bem difícil a nível pessoal.
Isto porque o jogador, 29 anos, divide o futebol com um emprego numa transportadora, na qual é motorista de pesados. "Trabalho numa transportadora em Arruda dos Vinhos das 4h00 até às 16h00/17h00. Chego a casa e vou buscar as minhas filhas para, depois, arrancar para o treino, numa carrinha do clube que apanhava em Alverca. Treinava às 19h30 e chegava a casa por volta das 22h40 para jantar e ir dormir. Dormia quatro a cinco horas por dia", conta. "Cansaço? Claro que me condicionava bastante, mas a equipa técnica sempre me ajudou nesse aspeto. Nas alturas críticas, quando andava mais cansado, desacelerava um bocado", acrescenta.
Contratado na época passada ao Santa Iria, Pinhão assumiu a baliza quando o emblema da Tapadinha estava no Distrital de Lisboa. Dois anos volvidos, o salto foi a dobrar. "Quando renovei, no verão passado, disse que ia assinar para subir de divisão. Sabíamos que a realidade no CdP ia ser completamente diferente, ou seja, mais difícil e mais equilibrada. Embora o sentimento passado para fora fosse o de conseguir a permanência, no balneário todos pensávamos na subida", revela a O JOGO.
No entanto, a possibilidade de acompanhar o clube para a Liga 3 pode depender de uma eventual mudança de vida: ser profissional, um sonho para a carreira. "Ainda não se proporcionou, mas estaria disposto a mudar", sublinha. Quanto ao clube, perspetiva um "Atlético forte" no terceiro escalão. "Pelo que sei e ouvimos, vai haver pessoas a ajudar o clube para fazer uma boa equipa", termina.
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