Domingos Soares Oliveira destaca covid-19 e João Félix: "Sem ele não teríamos este resultado"
Domingos Soares Oliveira, CEO do Benfica, considera que o Relatório e Contas do Benfica revela um exercício positivo, mas muito afectado pela Covid-19´e.
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Domingos Soares Oliveira, CEO do Benfica, analisou na BTV os resultados do o Relatório e Contas da SAD encarnada, conhecidos esta quarta-feira. "O mais positivo é a aonfirmação da tendência de redução do passivo e do endividamento. Menos positivos são as receitas, direitos televisivos, merchandising, UEFA e bilhética que tiveram todos uma redução pela nossa prestação desportiva europeia, mas também por termos tido paragem das competições", disse.
O dirigente do Benfica referiu-se, em especial, ao peso da pandemia nos resultados apresentados: ""Tivemos o impacto desportivo, o que a equipa teria feito se não fosse pandemia, mas isso não conseguimos medir. Já na parte financeira há o impacto de bilhética e nas receitas de patrocínio, que deram prémios mais reduzidos. Apontamos para um impacto Covid neste exercício ligeiramente superior a 12 milhões euros. Sem Covid teríamos ultrapassado os 300 milhões de euros", disse.
Ora, mesmo documento que esta quarta-feira revela que o resultado líquido da Benfica SAD ascendeu a 41,7 milhões de euros no exercício de 2019/20 - uma subida homóloga de 48,7%,- mostra que o rácio dos gastos com pessoal vs receitas operacionais da Benfica SAD em 2019/20 atingiu os 69 por cento. O que quer isto dizer? Que o Benfica passou a estar a apenas um ponto percentual (70) do limite recomendado pela UEFA quanto ao fair play financeiro. Sobre isso, Domingos Soares Oliveira mostrou-se tranquilo: "Não tivemos nenhum acidente de licenciamento quer na UEFA quer na Liga. Normalmente há um indicador crítico que é o total de custos salariais versus as receitas do clube sem transacções e esse manteve-se perto dos 60 por cento, quando a UEFA impõe que esteja abaixo dos 70 por cento."
"Temos conseguido manter o crescimento do ativo e o passivo tem decrescido de forma mais acentuada. O Benfica vive muito dos empréstimos obrigacionistas e, quando fechámos o exercícios, tínhamos um valor ligeiramente abaixo dos 60 M€. Pela primeira vez o nosso endivimanento total é abaixo dos 100 M€.", acrescentou, referindo-se ainda ao peso que a transferência de João Félix teve nas contas encarnadas. "Temos dois tipos de proveitos, com transações e sem transações. Na parte sem tivemos um decréscimo grande; na parte com atletas houve um crescimento significativo que tem muito a ver com a alienação dos direitos de João Félix. Sem ele não teríamos tido o resultado que tivemos", finalizou.