Domingos recorda aflição antes da estreia no acesso à Champions: "Não tínhamos guarda-redes..."
Domingos Paciência recorda primeiro jogo do Braga nas pré-eliminatórias da prova, faz esta sexta-feira 13 anos, quando a poucos dias de jogar com o Celtic tinha problemas com os guarda-redes
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A pouco mais de uma semana do primeiro jogo contra os sérvios do Backa Topola, O JOGO convidou Domingos Paciência, então treinador do Braga, a contar como foi a estreia na fase de qualificação da Liga dos Campeões. A 28 de julho de 2010, faz esta sexta-feira 13 anos, os minhotos venceram em casa o Celtic por 3-0, resultado que deu margem para absorver o impacto da derrota depois em Glasgow, por 2-1.
Em 2010/11, o treinador de 54 anos levou o braga pela primeira vez à fase de grupos da Liga dos Campeões
"Como era a primeira vez, era normal haver ansiedade. O Matheus foi muito importante naquele jogo ao fazer um golaço à entrada da área [o terceiro] e em Glasgow marcámos na primeira parte [por Paulo César]; os golos fora valiam por dois, ficou logo ali resolvido", recorda.
Antes da estreia no acesso à prova milionária, Domingos enfrentou "uma situação" que lhe provocou "preocupação e instabilidade". "Não tínhamos guarda-redes. O Mário Felgueiras, que estava cedido ao Rio Ave, voltou para fazer esse jogo e o da segunda mão, e no banco tinha o Cristiano. O Mário esteve muito pouco tempo connosco e foi ele a jogar, porque o Artur assinou uns dias antes e não o conhecia muito bem. Joguei pelo seguro", puxa a fita atrás o antigo goleador. "O Quim lesionou-se na pré-época, o Kieszek foi para o FC Porto, e tinham acabado de chegar o Artur [Moraes], que acabou por jogar a época toda, e o Felipe, que foi titular no play-off."
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A página da receita para ultrapassar o Celtic é aberta com um sorriso. "Com Alan, Paulo César, Matheus e Lima, a equipa estava muito trabalhada para a transição. Os adversários tinham outro estatuto a nível internacional e trabalhámos muito a transição de um conjunto que tecnicamente também era muito forte. Foi um momento em que a equipa atingiu o auge e alguns jogadores também chegaram aí ao topo da carreira", aponta Domingos sobre a época em que após ser eliminado na fase de grupos da Champions, o Braga atingiu a final da Liga da Europa, que perdeu para o FC Porto.
Quim lesionara-se, Artur Moraes e Felipe chegaram poucos dias antes e a solução, "mais segura", foi resgatar Mário Felgueiras, que estava cedido ao Rio Ave e que defendeu nas duas mãos da pré-eliminatória.
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Sevilha ficou "para a história"
Domingos conta que o jogo de Sevilha, em agosto de 2010, "é dos melhores" da sua carreira de treinador. Depois do 1-0 em casa, o Braga ganhou por 4-3, com três golos de Lima, que entrou aos 55" e marcou aos 58", 85" e 90". "É daqueles jogos que ficam para a história. Mesmo tendo ganho por 1-0 em casa, ninguém esperava que acontecesse aquilo. Foi um fim de tarde espetacular e calhou tudo bem, até as minhas decisões. A entrada do Lima foi muito importante. Estava no banco, entrou e fez os golos que nos deram a passagem à fase de grupos", lembra o treinador.