Domingos Gomes e o caso de Casillas: "Anda um 'louco' a fazer meias-maratonas outra vez..."
Antigo médico do FC Porto falou sobre o enfarte agudo do miocárdio sofrido por Iker Casillas a 1 de maio de 2019
Corpo do artigo
O Sporting homenageou esta tarde, na Praça Centenário, os dois adeptos que faleceram na queda de um varandim do antigo Estádio José Alvalade, a 7 de maio de 1995 antes de um clássico com o FC Porto, e aproveitou a ocasião para homenagear também um dos protagonistas daquela jornada trágica: o doutor Domingos Gomes, na altura responsável clínico do FC Porto, que prestou de imediato os primeiros socorros evitando males maiores.
À margem do evento, Domingos Gomes foi questionado sobre Iker Casillas, que na quarta-feira, 1 de maio, sofreu um enfarte agudo do miocárdio, que uniu todos os clubes e o mundo do futebol.
"Era melhor que este tipo de situações não acontecessem. E que agregássemos os clubes e o bem estar cada um no seu sítio, cada um defendendo as suas cores, e não sendo preciso desgraças destas. Que não o será. Porque desgraça era se não tivéssemos o homem Casillas, e temos e teremos. Penso que não são precisas desgraças nem doenças nem problemas destes para nos unir. Cada um do seu sítio defendendo as suas cores e o seu clube, é importante", afirmou.
Já sobre o futuro do guarda-redes do FC Porto, Domingos Gomes refere que "prognósticos só no fim", que é preciso "esperar" e que só o tempo dirá se volta a jogar ou não, dando um exemplo algo caricato.
"Esta máquina é um bomba, mas se pensarmos que é uma bomba só assim, com válvulas, com prensa de pressões, entrada do sangue, local do amor, chegamos a uma altura e dizemos, se calhar sim. Mas este coração tem um tecido especial, nodal, que é elétrico, e este prega-nos cada partida...É extremamente difícil neste momento dizer algo", começou por dizer.
"Nunca se deve dizer nunca nestes casos. Mas não sei se ele com 37 anos quer ir para a baliza outra vez, quer para o banco, não sei, não faço ideia, não falei com ele. Prognósticos só no fim. Temos homem, e é muito bom, e é muito bom para ele ter visto que uniu um país, um mundo, uma europa desportiva, etc. Penso que é já uma grande vitória para ele", continuou, para depois concluir:
"Eu citei e continuo a citar: vi nesta última semana um atleta de meia-maratona que teve um enfarte há um ano e o 'louco' está a fazer meias-maratonas outra vez, perguntei-lhe quem lhe deu autorização: «ninguém». E então como é ? Sinto-me bem, fiz os exames, tenho os exames bem, estou a fazer meias-maratonas. Portanto, por isso mesmo, seria neste momento redutor eu estar a dizer que se calhar isso não vai acontecer. Se calhar isso vai acontecer, mas vamos esperar".