Dois penáltis negados, muitas defesas e um triunfo no "bolso": "Não me sinto um herói"

Fábio Mesquita é o guarda-redes do Mirandela
Reprodução/ SC Mirandela
Com um sem fim de boas intervenções e dois penáltis defendidos, Fábio Mesquita foi um dos destaques da última ronda. Aos 22 anos, é o titular da baliza do Mirandela e sonha chegar ao topo.
Defender dois penáltis num jogo não é algo que se veja todos os dias. Se a isso juntarmos uma vitória jogando com apenas nove atletas, a proeza torna-se maior ainda e Fábio Mesquita está no centro das atenções, depois de ter sido um dos grandes responsáveis pela vitória (1-0) do Mirandela sobre o Vilaverdense. O guarda-redes, 22 anos, conversou com O JOGO depois de uma exibição que ficará marcada para sempre na memória. Diz que não se sente um herói e atribui o mérito ao coletivo.
Apesar da carreira ainda curta, esta foi a melhor exibição de sempre?
-Sem dúvida que esta me vai marcar, mas também tive outras boas exibições. Esta talvez tenha sido a mais sonante, porque consegui defender dois penáltis e porque levámos os três pontos de um campo difícil.
Sente que foi um herói?
-Não me sinto um herói. Acho que o verdadeiro herói foi o coletivo. O trabalho da equipa ao longo do jogo ajudou bastante. E com as expulsões [n.d.r acabaram a jogar com nove], ainda mais se notou esse esforço de todos.
Como foi recebido no balneário? E têm sido dias agitados, com muitas mensagens?
-Foi bom, conseguimos um bom resultado. Não foi ganhar a final da Champions [risos], mas ficámos mesmo felizes, porque também foi contra um adversário direto. Tenho recebido algumas mensagens, de facto. Das pessoas que me são mais queridas, dos amigos, das pessoas que me vão acompanhando. Tem sido uma azáfama e sabe sempre bem. Mas a coisa não pode durar muito, porque já há jogo no próximo fim de semana.
Este destaque pode ajudar a abrir portas noutros patamares?
-Quero acreditar que sim. Há outros fatores, porque o futebol é uma roleta russa, tudo pode acontecer, mas quero acreditar que sim. Se continuar a trabalhar bem, mais exibições destas podem aparecer e isso pode ajudar a catapultar para dar o salto, que é um desejo meu.
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Esta vitória coloca o Mirandela com os pés bem firmes na luta pela Liga 3...
-Sabe bem sentir que consegui ajudar e que alcançámos um resultado que satisfaz os objetivos, mas sabemos que a missão não está completa. Ainda faltam algumas finais e temos de continuar focados e unidos.
A liderança é difícil. O segundo lugar é o grande objetivo?
-O primeiro lugar é muito complicado, mas no futebol não existem impossíveis. Temos a ambição de conseguir o segundo lugar, é uma série competitiva, mas os adversários podem perder pontos noutros lugares. No entanto, o grande objetivo é mesmo subir à Liga 3.
Fez todo o percurso no Grande Porto. Como foi a adaptação a Trás-os-Montes?
-A adaptação foi boa. Consegui cumprir o objetivo de estar a jogar. A parte que mais custa é o frio, é mais rigoroso [risos]. Mas, em termos de condições, o Mirandela tem sido como um clube profissional. E dá-nos possibilidades para nos mostrarmos.
"Tenho muita ambição de disputar a Premier League, a La Liga... Por fim, a Seleção"
Grande parte da formação foi feita no Boavista. Voltar ao Bessa passa pela cabeça?
-Fiquei com boas recordações, é um clube que me ficou no coração. Quero chegar à I Liga, se for no Boavista, ótimo. Mas se for noutro, estou preparado para o desafio.
Até onde acha que pode chegar no futebol?
-Quero acreditar que posso ir longe. Tenho muita ambição de disputar a Premier League, a La Liga... numa primeira fase, os campeonatos profissionais em Portugal e depois trabalhar para esses patamares. Por fim, a Seleção... porque não?
E qual é o plano B?
-Estou a tirar um curso de desporto na FADEUP mas, de momento, estou mais focado no futebol. Se não conseguir os objetivos, quero acabar a licenciatura e depois trabalhar. Se possível, ligado ao futebol. Mas, o que quero mesmo é ser jogador.
