Rui Alves passou a ser "o líder mais antigo nas competições profissionais”, depois da saída de Pinto da Costa do FC Porto
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O Nacional subiu à I Liga, após vitória por 3-2 em Tondela. O presidente do clube, Rui Alves, admitiu que “é uma boa prenda dos atletas”, na semana em que lhe disseram ser “o líder mais antigo nas competições profissionais”, depois da saída de Jorge Pinto da Costa do FC Porto.
“Dizem que o futebol é o ópio do povo e, se assim é, hoje a Madeira está drogada”, reagiu Rui Alves aos jornalistas, junto do autocarro que levaria a equipa para o aeroporto, para regressar à ilha da Madeira.
Os adeptos do Nacional fizeram a festa no Estádio João Cardoso após o apito final, depois de Carlos Daniel ter dado a vitória ao Nacional no último minuto de compensação, assistindo à saída do relvado de vários jogadores de joelhos.
“O orgulho da Madeira somos nós”, gritaram os mais de 300 adeptos do Nacional que assistiram ao desafio em casa do Tondela, sendo que alguns conseguiram abraçar os seus ídolos, tendo em conta que houve atletas a saltar o gradeamento.
O Nacional foi recebido em apoteose no Aeroporto da Madeira, no domingo, por centenas de nacionalistas que se juntaram para ovacionar os seus heróis e comemorar a subida à I Liga de futebol.
A festa começou cedo, com a vitória do Nacional em Tondela, por 3-2, e só acabou na noite deste domingo, com cerca de meio milhar de nacionalistas a 'engolirem' jogadores, treinador, ‘staff’ e dirigentes na chegada à Madeira.
Ainda não eram 22h00 de domingo e já os primeiros adeptos faziam notar a sua presença no Aeroporto da Madeira, sobretudo por via de buzinas e cornetas a acompanhar a letra mais ouvida da noite, de que o Nacional vai "para a primeira".
O voo com a comitiva alvinegra, oriundo do Porto, chegou meia hora depois das 22h45 previstas, sendo que apenas por volta das 23h35 é que, por fim, todos puderam finalmente tocar e abraçar os seus ídolos.
A liderar a comitiva, o presidente Rui Alves disse que "acredita sempre" nos sucessos do Nacional e que ainda equaciona recandidatar-se a um novo mandato na presidência do clube, mas apenas se "houver um posicionamento diferente em relação ao que está a ser feito", numa clara alusão ao Governo Regional da Madeira.
Por sua vez, Tiago Margarido, o ‘timoneiro’ que guiou o Nacional até ao escalão maior do futebol em Portugal, lembrou que, antes mesmo da época começar, "ninguém acreditava" que a equipa pudesse subir de divisão.
"Sabíamos do nosso potencial e acreditávamos muito em nós, mas, ao início, nunca pensávamos neste desfecho", disse o jovem treinador, de 35 anos, com o mesmo tom sincero que sempre mostrou ao longo de toda a temporada, para depois concluir a dizer que gosta muito “da Madeira e dos madeirenses", quando questionado sobre a sua continuidade no clube.
À espera dos jogadores, a jovem Sara Violante, de 20 anos, destacou Carlos Daniel, que considera estar "cada vez mais a superar" as expectativas, mas aponta já à próxima época, na qual manifesta o desejo de "vencer os ‘grandes’" do futebol português.
Mais contido, Bruno Pontes, de 14 anos, não esqueceu o mau arranque, com duas derrotas nas duas primeiras jornadas, e espera que o clube "vá buscar alguns reforços" para construir uma "equipa equilibrada e consistente".
O Nacional assegurou no domingo o regresso à I Liga, três anos depois da última presença, na época 2020/21, após vencer o Tondela, por 3-2, que se conjugou com o empate 0-0 do AVS em casa do Leixões.
Os madeirenses ocupam o segundo lugar da II Liga, agora 68 pontos, ao passo que o conjunto orientado por Jorge Costa, que está na terceira posição, soma 64 pontos, quando apenas falta disputar uma jornada.