"Disseram que iam matar-me, sabiam onde vivia e onde os meus filhos iam à escola"
Marcos Acuña depõe na 14.ª sessão do julgamento do Ataque à Academia do Sporting
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O argentino Marcos Acuña depõe esta terça-feira na 14.ª sessão do julgamento do Ataque à Academia do Sporting.
"Estava dentro do balneário, junto à porta de saída. Dei conta que eles vinham, ouvi colegas e quando olhei para a janela já estavam lá dentro. Estávamos quase todos, menos o Bas Dost", começou por relembrar.
"Entraram e, quando William tentou fechar a porta, perguntaram por mim e Battaglia. Começaram a atacar. Não estava junto do Battaglia, estávamos distantes. Quatro ou cinco pessoas atacaram-me com bofetadas e depois murros e pontapés. Estava sentado. Diziam-me, enquanto batiam, que não merecia a camisola. Tentaram tirar-me a roupa de treino e disseram que iam matar-me, sabiam onde vivia e onde os meus filhos iam à escola", continuou o internacional argentino.
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"Não consegui reagir, tentei cobrir a cara para não ser atingido. Não eram os mesmos que atacaram Battaglia. Também falaram dos nomes de William e Rui Patrício", realça. "Vi o William a ser agredido, Rui Patrício não vi. Era mais do que um. Eram bofetadas e socos na cabeça", contou ainda Acuña.
O internacional argentino contou depois que alguns invasores se certificaram que ninguém saía. "Mais alguns estavam a cobrir a porta para que ninguém saísse. Não me recordo se alguém saiu. Nem me recordo se alguém tentou sair. Recordo-me que os jogadores estavam sentados nos seus lugares. Recordo-me só da entrada dos que tinham a cara coberta. Diziam que se não ganhássemos ao Aves [final da Taça de Portugal] íamos ver o que nos acontecia. Disseram-nos quando começaram a sair, quando largaram o fumo e saíram", garantiu.
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"Quando estavam quase a sair lançaram uma tocha. Só reparei numa. Ouvi o alarme quando atiraram a tocha. Ninguém tentou demover, só me lembro dos funcionários de segurança, dos invasores não. Recordo-me que o William parecia conhecer um ou dois deles", disse Acuña, acrescentando: "Não consegui identificar ninguém. Saíram todos de uma vez. Um deles disse que tinham de ir embora".