"Simplicidade no campo e fora dele", Manuel José lembra colega Jota no Paços de Ferreira
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Um dos rostos experientes do Paços que acolheu Jota, era Manuel José, que ficou ligado para sempre ao malogrado jogador. "Atingiu muito cedo o patamar de excelência, essa foi talvez a maior surpresa, mas lembro um ser humano fantástico, uma referência como poucos, que nunca causou problemas a ninguém. Ninguém percebeu quando chegou aqui como os grandes não deram por ele. Tinha imensa qualidade. E o irmão também a tinha, ainda ia chegar à Primeira Divisão", rebobina, elegendo a "simplicidade" como imagem de marca.
"Tinha no campo a mesma simplicidade que tinha fora. Era de forma simples que ultrapassava os adversários e chutava à baliza mesmo ao sítio certo", recua Manuel José, lamentando uma perda excruciante para o futebol português. "As pessoas revêm-se muito nestes jogadores. Ele fez o Gondomar e o Paços aparecerem nas grandes montras, todos sabiam onde ele tinha jogado. Há um legado, mas também a expetativa que um dia voltas para ensinar os mais jovens. Não acontecer isso por uma tragédia tão precoce, é um choque geral", admite o antigo médio.
Já as conversas com Jota ficam bem guardadas. "Falei com ele antes do embate com a Polónia no Dragão. Trocávamos mensagens, sempre que via os feitos dele, os golos. Ele respondia carinhosamente. Lembro de lhe mandar mensagem quando foi para o Liverpool, que não ia ficar por ali. E não ficava não tivessem sido as lesões. Mas se cantam uma música para ti e dizem que és melhor do que o Figo, também não valeria a pena mudar. Afinal estava num dos melhores clubes do mundo", terminou.