"Diogo Costa é o melhor guarda-redes português de sempre e por larga distância"
Contratado pelo Fursan Hispania, do Dubai, Roberto Rivelino dá conta do trabalho com guarda-redes de distintas paisagens
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Aos 29 anos, Roberto Rivelino carrega nome lendário, filho de Almir Nelcindo, brasileiro do Rio, promissor jogador chamado na juventude de Tostão, que acabou por vir para Portugal e radicar-se no Marco de Canaveses, fiel aos marcoenses como atleta e treinador. O nosso Rivelino é que não foi forjado para distribuir jogo, é, desde há alguns anos, um expert no treino de guarda-redes, fundador de um blog e criador de conteúdos. Trabalhou na Finlândia no HIFK, então com Beto, que se mudara para o frio, e agora exerce funções amplas no Fursan Hispana, do Dubai, detido por Michel Salgado, do elenco galático do Real Madrid.
Elogios ao titular da baliza do FC Porto e de Portugal surgem após confidenciar a idolatraria de um guarda-redes do Zimbabué que fica acordado até tarde para ver os jogos em que Diogo Costa entra em ação.
“O desafio foi liderar tanto a equipa principal como a cantera, no que concerne aos guarda-redes. O clube tem uma estrutura bem identificada, permitiu-me chegar e aplicar uma metodologia específica. Há uma procura de meios para o futebol se desenvolver no Dubai e tenho cada vez mais guarda-redes a chegar para treinarem. Isso é prova de um interesse pouco comum na região”, explica Rivelino, explicando os créditos que já possui. “Não chegaria aqui se não fosse recomendado por alguém de importância no futebol europeu. Isso foi meio caminho para me convencer”, adiantando condições bem animadoras que o fizeram negar outra oferta “que alavancaria o currículo.” Além disso, a ambição está de mão dada com a formação de jogadores. Sempre me interessou melhorar a vida das pessoas e possibilitar sonhos”, confessou. “Cada guarda-redes tem o seu plano pessoal e a ele junto-lhe o meu projeto e plano especÍfico, e assim visualizamos um futuro quanto ao que só depende do guarda-redes e de mim, treinador especializado”, partilha a sensibilidade no cargo, lidando com um plantel muticultural.
"Aqui, a figura do treinador é muito mais respeitada do que a do jogador"
“O potencial que aqui existe é imenso, os jogadores que aqui estão têm uma grande e significativa diferença para os das outras realidades: a figura do treinador é muito mais respeitada do que a do jogador. Já me interpelaram fora do trabalho sobre qual é o meu trabalho no Dubai e quando ouvem parece que dão um passo para trás, oferecendo um reconhecimento instantâneo e inconsciente. Logo desde aí surge uma margem grande para trabalhar, na base do respeito. Tem sido maravilhoso treinar estes guarda-redes, dos seis anos aos adultos, porque eles estão sempre com vontade de aprender e de seguir”, documenta, orgulhoso por tentar deixar marca em tantos guarda-redes, lidando com um líbano-canadiano, marroquino, zimbabuano e ganês na primeira equipa, seguindo-se nos escalões de formação jovens de Portugal, Espanha, Argentina, Grécia, Rússia, Ucrânia, Albânia, Irão.
"Um guarda-redes do Zimbabué diz-me que fica acordado para ver os jogos do Diogo Costa. É uma diferença de três horas"
Diogo Costa, hoje um dos guarda-redes mais valiosos do mundo, é inevitável ser chamado à baila. “Curiosamente, numa das conversas que tenho para conhecer os meus guarda-redes, um do Zimbabué que contratámos, diz-me que o Diogo Costa é o guarda-redes que mais gosta de ver e que, desde que está no Dubai, fica acordado para ver os jogos, que têm uma diferença de três horas”, evidencia Roberto Rivelino, aproveitando o toque para vincar admiração pelo titular da baliza portuguesa e do FC Porto. “A verdade é que, em termos de qualidade explícita, no que é tática e técnica, sem o momento de forma na equação, o Diogo Costa é o melhor guarda-redes português de sempre e por uma larga distância”, sustenta.