Dieu Michel brilhou frente ao Sporting: "O mais forte que treinei no jogo aéreo"
Percurso “difícil” do avançado que brilhou diante do Sporting é lembrado por Ricardo Lima, que o treinou nos juniores
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O épico jogo com o Sporting, que terminou num invulgar e emocionante 4-4, não será esquecido por Dieu Michel. O jogador da equipa B entrou na primeira parte para o lugar do lesionado Gustavo Silva, atirou uma bola à barra e fez, de cabeça, o quarto golo do Vitória. “Não me surpreendeu. Sinceramente, fico orgulhoso, porque resulta de um trabalho de muita gente com ele”, conta Ricardo Lima, o primeiro treinador do jogador que nasceu em Angola mas que tem nacionalidade canadiana.
“Nesse primeiro ano fez 20 golos nos sub-19 e um, de cabeça, na estreia pela equipa B. Além de uma capacidade de trabalho tremenda, é muito humilde e tem características humanas fabulosas”, sublinha o agora adjunto do Paços de Ferreira, que destaca alguns detalhes em particular. “Não vou dizer que é top-3, é mesmo o jogador mais forte que treinei no jogo aéreo. Tem uma capacidade física tremenda, é fortíssimo a atacar a bola no ar , com uma impulsão acima da média”, enumera Lima, sublinhando que o avançado “é também muito rápido e ágil”.
Atingir “o grande objetivo” de jogar no D. Afonso Henriques “não foi fácil”, lembra o ex-treinador dos sub-19 do Vitória. “O Dieu, era assim que o tratávamos, começou a jogar muito tarde, em 2015, e quando chegou do Canadá passou algumas dificuldades. Foi fazer testes a alguns clubes, o Brugge, o Bayern e o Sporting, e depois veio ao Vitória prestar provas. A estrutura decidiu dar-lhe avaliação positiva e assinou contrato. Só que tinha 17 anos, não podia ser inscrito, e passou seis meses muito difíceis”, recorda.
Quando completou 18 anos, passou a integrar o plantel liderado por Ricardo Lima. “Teve alguma dificuldade na adaptação ao contexto, porque quando cá chegou era muito anárquico, tinha muita dificuldade em perceber o jogo”, aponta, sem deixar de o elogiar por “disputar todos os lances como se fossem o último”, além da “enorme capacidade de ir a todas as bolas”. Ricardo Lima continua a ter “uma ligação muito forte” e enviou-lhe mensagem mal acabou o jogo contra o Sporting. Depois “deste primeiro grande passo”, por ter 20 anos e um trajeto particular, “tem muito para evoluir no conhecimento do jogo”.