O antigo capitão de equipa do Chaves, aos 55 anos, recupera lembranças da primeira presença do clube na I Liga
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Diamantino Brás, capitão do Chaves, na primeira subida, em 1985, voltou a sentir o coração a palpitar de alegria ao assistir ao regresso do clube da terra à I Liga. O "leão da torre" não assistiu à "moldura humana" de há três décadas, quando "cerca de 100 mil pessoas empurravam o autocarro pela ponte romana, sem que o motorista mete-se uma única mudança". A ponte ainda existe, mas está vedada ao trânsito, mantendo-se como lembrança de ser uma das entradas da cidade.
A Chaves acorreram, nessa altura, gentes de toda a região transmontana. "Havia um espírito muito forte, diferente do que há agora. Todos faziam parte de uma família, até o Antero, o motorista que o clube fazia questão que fosse sempre ele a conduzir o autocarro alugado a uma empresa de transportes", recorda o antigo médio dos flavienses que veio com a perna esquerda engessada de Budapeste, após um dos jogos na então Taça UEFA. "Ainda aqui tenho a marca". E nota-se bem a diferença.
Rijo como um digno transmontano, Diamantino, agora com 55 anos, recorda os momentos em que punha em ordem o balneário. "Se for encontrado petróleo na Veiga, é meu, porque sou de Chaves", era isto que ele dizia a quem acabava de chegar de fora.
O regionalismo era um sentimento contagiante à Galiza. "Vinham muitos espanhóis aos nossos jogos. Já joguei com 25 mil pessoas no estádio, frente ao Benfica, FC Porto e Sporting. Era uma loucura."
Diamantino esteve na festa de subida, no passado domingo, juntando-se a Vítor Oliveira, o treinador que devolveu o Chaves à I Liga, e mexeu com as recordações do "leão da torre" e de quando jogou "muitas vezes contra o Vítor Oliveira".