A mãe levava Ángel, desde os seis anos, na bicicleta Graciela, por cerca de seis quilómetros de casa até ao local dos treinos do Rosario Central
Corpo do artigo
Consumado o regresso de Ángel Di María ao Rosario central, a partir do Mundial de Clubes, o ainda jogador do Benfica escreveu uma mensagem à mãe, Diana Gómez, na qual se refere ao grande esforço desta para que o filho pudesse treinar e jogar no clube desde os seis anos.
"Estamos de volta 'velha'. Agarra a bicicleta que voltamos a começar. Amo-te mãe", escreveu.
A bicicleta era a Graciela, na qual a mãe o levava aos treinos num percurso de nove quilómetros, independentemente das condições climatéricas e dos bairros perigosos pelo caminho.
"Vocês não imaginam como a minha mãe ficou animada quando soube que me queriam no Central", disse El Fideo ao The Players Tribune, recordado quando trocou o El Torito pelo Rosario Central, com seis anos, por 26 bolas (que nunca chegaram ao seu primeiro clube).
"O meu pai estava hesitante: 'Uh, não sei, é um pouco longe, são nove quilómetros! Não temos carro, como é que o vamos levar lá?' E a minha mãe disse: 'Não, não, não! Não te preocupes, eu levo-o. Não há problema! A Graciela era uma bicicleta amarela e ferrugenta que a minha mãe usava para me levar aos treinos todos os dias. Tinha um cestinho à frente e espaço para levar outra pessoa atrás, mas havia um problema, porque a minha irmã mais nova também tinha de vir connosco. Então, o meu pai usou uma serra para cortar um quadrado de cada lado do cesto, que era onde a minha irmã se sentava. Imaginem isto: uma mulher a andar de bicicleta por toda a cidade de Rosário, com um rapaz atrás e uma menina à frente, mais um saco de desporto, com as minhas botas e algo para comer, no cesto da frente. A subir. A descer. Passando pelos bairros mais difíceis. À chuva. Ao frio. À noite. Não importava. A minha mãe continuava a pedalar", explicou Di María quando escreveu a sua história no The Players Tribune.