Detalhes da venda de Enzo: Benfica recebe os 121 milhões e tem custo compensado
Benfica tem encargo com "factoring", razão pela qual o Chelsea subiu 1 M€ a oferta e intermediários abdicam de 4,1 M€ para compensar.
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Foi já em cima do fecho do mercado em Inglaterra que Benfica, Chelsea, intermediários e Enzo Fernández finalizaram, terça-feira à noite, o acordo que permitiu ao médio mudar-se para os blues, estabelecendo a mais cara transferência do mercado de inverno e uma verba recorde por um médio: 121 milhões.
Uma operação de enorme complexidade para satisfazer todas as partes. Rui Costa, presidente das águias, fez finca-pé em receber o total da transferência, algo que o Chelsea nunca aceitou, tendo conseguido assegurar um pagamento em seis parcelas. Mas o Benfica não deixa de receber no imediato a verba da transferência, com uma antecipação da receita através de factoring.
Um procedimento financeiro que trará um custo ligeiramente superior a 5 M€ para os cofres das águias mas que foi compensado, de duas formas, no acordo fechado anteontem.
Por um lado, os blues aceitaram colocar mais 1 M€ em cima da proposta de 120 M€ que constava no valor da cláusula de rescisão de Enzo Fernández e, mais relevante, o Benfica assegurou uma redução no valor a pagar por comissões de intermediação. Jorge Mendes cobra sempre 10% e neste caso a taxa sofreu uma dedução de 3,44%, ficando em 6,56%, conforme o clube informou em comunicado à CMVM, sendo o valor das comissões "calculado já depois de deduzido o montante do mecanismo de solidariedade (3,78%)" que "o Chelsea reteve para posterior distribuição aos clubes que participaram na formação do jogador". Feitas as contas, após deduzir aos 121 M€ os cerca de 4,5 referentes ao mecanismo de solidariedade, as comissões de intermediação implicam o pagamento, por parte do Benfica, de 7,6 M€ aproximadamente, poupando a SAD encarnada 4,1 M€ que correspondem aos tais 3,44%. E somada essa poupança ao milhão extra que o Chelsea acedeu a pagar, chegamos ao valor do custo do factoring.
A verba que vai ficar nos cofres do Benfica sofre ainda uma redução porque, pode ler-se no comunicado à CMVM, cabe ao Benfica "entregar ao River Plate o montante correspondente a 25% do valor da transferência deduzido dos montantes da solidariedade e dos serviços de intermediação". Os argentinos têm assim direito a um pouco mais de 27 M€ do negócio. No fim, sobram, pois, aproximadamente 82 milhões para as águias.