Dérbi entre Sporting e Benfica é um jogo dos quatro cantos: esta e outras curiosidades

epa10407554 SL Benfica's player Alejandro Grimaldo (R) in action against Sporting CP player Marcus Edwards during the Portuguese Primeira Liga soccer match between SL Benfica and Sporting CP, in Lisbon, Portugal, 15 January 2023. EPA/JOSE SENA GOULAO
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O dérbi de Lisboa divide grande parte do país, mas, em campo, haverá futebolistas de vários continentes.
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O dérbi lisboeta junta dois dos maiores clubes de Portugal numa rivalidade que começou a ser pintada no século passado.
Este é um jogo que, seja qual for a classificação das duas equipas, seja qual for a competição, move sempre paixões acesas, e até irracionais, ao longo dos minutos em que a bola rola em campo.
O desafio é o mais importante da cidade de Lisboa, e divide a capital e grande parte do país entre os que apoiam os verdes e brancos e os que estão do lado dos encarnados. Mas não é só nos limites de Lisboa, nem mesmo de Portugal, que este jogo será vivido com emoção. Olhando aos jogadores disponíveis nos dois plantéis, é fácil constatar que este encontro se espalha no mapa mundo, com futebolistas oriundos de todos os continentes à exceção da Oceânia.
De longe, o plantel do Sporting, entre os jogadores que podem vir a constar na lista de convocados, é o mais global. Os 23 leões espalham-se por quatro continentes, dominando o contingente europeu, seguido do americano, estando a África representada por dois jogadores e a Ásia por um . Comparando com a equipa que se apresentou no ano passado, em Alvalade, para defrontar o Benfica, este Sporting tem mais três nacionalidades representadas. Na lista de Rúben Amorim deste ano podem vir a estar jogadores de nove países diferentes com o Uruguai e o Brasil a serem os que têm mais peso, depois dos portugueses. Com a provável presença de Franco Israel na baliza, depois da expulsão de Adán no último jogo, os leões podem mesmo entrar em campo com três uruguaios, todos os disponíveis do plantel: além do guarda-redes, o central e capitão Coates e ainda o titular do meio-campo Manuel Ugarte. Para além disso, com Diego Callai, chamado a guardião suplente, Matheus Reis e Arthur Gomes, o Brasil tem três nomes na lista de disponíveis. No plantel leonino há dois continentes que os encarnados não abrangem: África e Ásia. No Japão, de Morita, vão ser 4h30 da manhã quando a bola começar a rolar no relvado de Alvalade, e no continente africano, Diomande, da Costa do Marfim, e Fatawu, do Gana, podem chamar atenções para o derbi de Lisboa. Depois, pela Europa, os leões estão espalhados entre Espanha, com o catalão Bellerín, em Inglaterra, com Marcus Edwards e na Grécia, Alexandropoulos. De Portugal, os leões são dez: Ricardo Esgaio, Luís Neto, Gonçalo Inácio, Nuno Santos, Essugo, Francisco Trincão, Chermiti, Paulinho, Rochinha e Pedro Gonçalves. Os jogadores nasceram maioritariamente no norte do país, com Gonçalo Inácio, natural do Seixal, a ser o membro mais sul do plantel do Sporting.
Do lado dos encarnados há muito menos diversidade nas nacionalidades dos atletas, com apenas dois continentes representados: Europa (18) e América (5). O Brasil é o país estrangeiro em maior número de atletas: três defesas, Lucas Veríssimo, Gilberto e Morato, e ainda um atacante, David Neres. Depois, e ao contrário de outros anos, há uma forte representação nos países nórdicos, com dois futebolistas da Dinamarca, Bah e Tengstedt, e outros tantos da Noruega, Aursnes e Schjelderup. Outros cinco países europeus contam com jogadores nas águias: Espanha (Grimaldo), Grécia (Vlachodimos, apesar de ter também a nacionalidade alemã), Croácia (Musa), Itália (Cher Ndour) e Sérvia (Ristic). Do lado de lá do Atlântico, há ainda o campeão do mundo, Otamendi, da Argentina. No mapa do território nacional, as naturalidades dos benfiquistas estão mais espalhadas pelo país: João Neves e Gonçalo Ramos representam a zona sul e o Algarve; Gonçalo Guedes, Florentino, Samuel Soares e Rafa Silva, a zona centro, a mais representada, com três jogadores vindos da capital; e António Silva, João Mário e Chiquinho são do norte. No total, as duas equipas têm quatro continentes representados, distribuídos entre 15 países.
O Benfica mais lusitano dos últimos dez anos
O onze que Schmidt deve apresentar em Alvalade deverá incluir seis portugueses (António Silva, Florentino ou Chiquinho, João Neves, João Mário, Rafa e Gonçalo Ramos), número que só foi aproximado em 2018/19 com cinco em campo. Já o Sporting, deve ter apenas quatro lusos de início (Esgaio, Inácio, Pote e Paulinho), em comparação com os sete de 2021/22.
Curiosidades
Nascido no Porto, mas natural dos Açores
Chermiti é o representante das Regiões Autónomas nas duas equipas. Apesar de ter nascido na cidade do Porto, o avançado leonino é natural da Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores. Foi por lá onde deu os primeiros passos no futebol, ao serviço da ACF Pauleta.
Morita é o segundo japonês no dérbi
Pela segunda vez há um representante nipónico no jogo de Lisboa. Tanaka, que foi avançado dos leões na época de 2014/2015, às ordens de Marco Silva, esteve em campo durante um minuto no empate a uma bola entre Benfica e Sporting. Entrou aos 89" para o lugar de Fredy Montero. Agora é Morita a atuar.
Nascido em terreno do eterno rival
Gonçalo Inácio, jogador do Sporting, nasceu no... Seixal, mais precisamente no bairro de Miratejo. O central leonino começou a jogar aos quatro anos na Escola de Futebol Fernando Chalana e chegou ao Sporting em 2012, apesar de ter origens no sítio onde está localizado o centro de treinos dos encarnados.
Vlachodimos escolheu a Grécia
Vlachodimos, guardião encarnado, nasceu em Estugarda, na Alemanha, onde fez toda a sua formação como jogador. Como é filho de pais gregos, o guarda-redes tem dupla nacionalidade. Apesar de ter representado a seleção alemã no Europeu de sub-21, em 2018, escolheu representar a Grécia nos AA. Foi autorizado pela FIFA e é agora o guardião titular.
Só cinco não são internacionais
No lote de 45 jogadores que podem ser convocados nas duas equipas para o dérbi de domingo, só cinco nunca representaram a seleção do seu país em qualquer escalão em jogos oficiais. No Sporting, Diego Callai, Diomande (foi chamado para os sub-23, em março, mas Amorim pediu que ficasse a trabalhar com o plantel) e Matheus Reis não jogaram com a camisola do seu país. Do lado do Benfica, Morato e Chiquinho também não.
