Presidentes dos órgãos sociais da Liga reunidos de emergência.
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Constituído arguido pelo Ministério Público, na sequência da investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) devido à suspeita do crime de tráfico de seres humanos, Mário Costa tem a demissão de presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga em cima da mesa.
O organismo convocou para esta quarta-feira uma reunião de emergência dos presidentes dos órgãos sociais, que teve início há momentos, para avaliar a situação.
A casa de Mário Costa e as instalações da BSports Academy, à qual preside, foram alvo de buscas na segunda-feira, numa operação que decorreu no Grande Porto. A academia de futebol em causa está sediada em Riba d' Ave desde 2021, depois de ter sido fundada e instalada em Paredes, em 2018, e acolhe jovens jogadores estrangeiros, cujas famílias pagariam de 600 a 2200 euros por mês para alimentar o sonho de serem futebolistas profissionais e conseguirem bons contratos em clubes portugueses, como lhes era prometido.
À chegada a Portugal, os passaportes eram retirados aos jovens jogadores, segundo noticiou a RTP, e todos os seus movimentos eram controlados pela empresa de segurança que vigiava a academia.
A Procuradoria-Geral Regional do Porto especificou esta quarta-feira que foram 33 os menores retirados da academia de futebol, tendo ainda outros adultos sido encaminhados para unidades de abrigo. Em nota publicada na sua página, aquela procuradoria refere que os menores foram retirados após intervenção articulada das entidades competentes e "por se encontrarem em situação de perigo". Foram encaminhados para diversas instituições de acolhimento na região norte.
Também esta quarta-feira, em declarações à Lusa, fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tinha falado em cerca de 40 menores. A procuradoria acrescentou que, simultaneamente, "outros jovens maiores de idade foram também encaminhados para diferentes unidades de abrigo".
Segundo O JOGO apurou, no organograma da BSports Academy existem departamentos de Psicologia, Nutrição, Clínico, Pedagógico, Logístico, Técnico e de Segurança. Além das aulas de futebol, os jovens também estudavam na Didáxis, uma cooperativa de ensino vizinha das instalações da academia. No plano desportivo, os jovens futebolistas eram repartidos por quatro equipas: A1, a formação principal da BSports, que reunia os melhores jogadores; A2, uma espécie de equipa B; A3, destinada aos atletas mais jovens, abaixo dos 18 anos; e A4, onde eram colocados os jovens recém-chegados e ainda em observação.
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