Por castigos, ou questões físicas, Bruno Lage só por uma vez conseguiu repetir o quarteto do setor mais recuado desde que o campeonato voltou a ser disputado (Tondela e Portimonense).
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A quebra fatal do Benfica, que ditou o fim de ciclo de Bruno Lage, está também relacionada com o desempenho defensivo, com reflexo nos golos sofridos.
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Nos cinco desafios desde a retoma da competição, os encarnados sofreram nove golos, uma média de 1,8 por jogo, quase o triplo do registo até à paragem da liga (14 golos encaixados em 24 encontros, o que equivale a 0,58 de média).
A surpreendente derrota na Luz com o Santa Clara, duelo em que as águias consentiram quatro golos, somado ao desaire com o Marítimo, deixa também evidente os problemas no setor mais recuado: nestes dois embates seguidos, Vlachodimos sofreu seis golos, tantos quanto havia encaixado em toda a primeira volta.
A análise aos dados mostra uma inversão completa na tendência até à interrupção da prova, também no período em que a defesa ficou mais permeável. Após a retoma, seis dos nove tentos que os rivais marcaram (66,6 por cento) aconteceram na última meia hora de jogo, quando, por norma, Bruno Lage começava a fazer mexidas na equipa. Até ao desafio com o Tondela, verificava-se que a maioria dos golos era permitido até aos 60 minutos (71,4 por cento), com uma dezena de tentos sofridos de 14 no total.
O Benfica sofreu seis golos nos últimos dois jogos, tantos quantos tinha sofrido na primeira volta
Tendo em conta este registo, o Benfica ficou sempre com menos tempo para encetar uma possível recuperação, dado que sofria golos mais perto do final das partidas, o que poderia criar ainda mais ansiedade num coletivo pressionado para não perder mais pontos para o FC Porto.
Além disso, desde que foi dada autorização para que o campeonato recomeçasse, Bruno Lage não conseguiu estabilizar a defesa e teve de fazer mexidas de jogo para jogo, por lesão ou castigo. Apenas com Tondela e Portimonense foi repetido o quarteto com André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo, mas no Algarve, o capitão foi logo substituído no primeiro tempo por Ferro, devido a problemas físicos, ao que seguiu a baixa do canhoto espanhol.