Ataque produz dentro da média, mas a defesa tem estado mais permeável. Dos 15 jogos deste ano civil só em dois não sofreu
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Eliminado da Liga Europa, o FC Porto concentra todas as atenções naquele que sempre foi o principal objetivo da temporada: o título nacional. Com o Benfica a apenas um ponto de distância, a equipa azul e branca sabe que tem de fazer a sua parte, que é vencer os jogos, começando já pelo de amanhã, nos Açores, diante do Santa Clara.
Pepe volta ao onze para tentar ajudar a recuperar os índices defensivos anteriores
Sérgio Conceição sempre apontou a consistência defensiva como a base para o sucesso e essa é, nesta altura, a principal preocupação do treinador. A estatística diz que em 2020 a equipa azul e branca tem sofrido quase o dobro dos golos da metade da época realizada no ano anterior. De 0,7 golos encaixados, em média, nos primeiros 28 jogos (16 sem sofrer), passou para 1,2 nos 15 encontros disputados (apenas três com a baliza inviolada) desde o início de janeiro.
Ainda assim, é justo dizer que, mesmo com esta maior permeabilidade, o FC Porto conseguiu recuperar seis dos sete pontos que tinha de atraso para o rival de Lisboa. E ao nível do campeonato, a média de golos sofridos é ainda "pior": de 0,42 nas 14 jornadas realizadas em 2019, passou para 1,12 nas oito disputadas no novo ano.
Sem mais jogos a meio da semana até ao fim da temporada, Sérgio Conceição terá agora mais tempo para afinar a máquina no Olival já que, nos últimos tempos, as sessões de treino têm sido quase sempre ligeiras e de recuperação muscular porque o calendário estava sobrecarregado.
Para ajudar a equipa a reverter estes números e voltar a apresentar uma maior solidez defensiva, o treinador do FC Porto conta ainda com um "reforço": Pepe voltou à equipa a meio do jogo com o Bayer Leverkusen e provou estar em condições de ser opção inicial já neste jogo com os açorianos.
Mbemba, refira-se, não tem estado particularmente mal - os números dos dois até são semelhantes esta época - ao lado de Marcano, mas Sérgio Conceição deverá recorrer à experiência de Pepe, que - por ter estado lesionado - só participou em três dos 15 encontros de 2020.
Em 2020, a equipa sofre mais meio golo por jogo do que há um ano
Outra baixa nos últimos tempos foi Danilo, que perdeu dez jogos só este ano, também por lesão. É verdade que o trinco está a realizar uma época abaixo do normal e isso também pode ajudar a entender este registo menos positivo da equipa a nível defensivo.
Quando na plenitude da sua forma, o trinco dá um grande equilíbrio à equipa, assumindo-se como o patrão do meio-campo. Apesar de não constar do boletim clínico, nos últimos tempos tem estado a contas com problemas físicos que o impedem de dar o contributo à equipa.
A nível ofensivo, refira-se, não há grandes diferenças entre o FC Porto de 2019 e o de agora. A média continua a ser à volta de dois golos por partida, um pouco abaixo da produção das outras equipas portistas com Sérgio Conceição ao comando: 2,24 em 2018/19 e 2,28 na temporada do último título nacional.
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