António Silva Tiago referiu a 18 de março que não haveria “implicações” se André Villas-Boas recuasse no projeto lançado por Pinto da Costa
Corpo do artigo
A administração liderada por André Villas-Boas ficou surpreendida com as declarações de António Silva Tiago, presidente da Câmara da Maia, que na quarta-feira afirmou “não haver nada a devolver” ao FC Porto pela desistência da compra dos terrenos para a Academia do clube. O autarca afirmou que os 680 mil euros dados, em fevereiro, como sinal para a compra em hasta pública de 14 parcelas de terrenos naquela autarquia “ficam para o município”. Uma posição que surpreendeu a atual administração, desde logo porque, a 18 de março, data em que a venda dos lotes ao FC Porto recebeu luz verde da autarquia maiata, o edil afirmou que “não haverá implicações” no caso de ser a lista de André Villas-Boas a vencer as eleições para a presidência do FC Porto - como se verificou - e se esta optasse por não dar continuidade ao projeto lançado pela administração portista anterior, sublinhando que “a Câmara da Maia não obrigará ninguém a construir”.
De resto, logo a 3 de maio, seis dias depois de ter vencido as eleições para a presidência do FC Porto, André Villas-Boas solicitou uma primeira reunião com a Câmara da Maia para se inteirar do processo relativo à Academia, tendo informado a autarquia logo nessa altura das dificuldades financeiras do clube e da urgência de encontrar um modelo alternativo que pudesse garantir a viabilidade do projeto.
Indiferente às dificuldades de tesouraria da SAD, e apesar de um contacto prévio entre Fernando Gomes e José Pedro Pereira da Costa, em que o segundo aconselhou a que não fosse emitido qualquer cheque caso não existisse provisão para o mesmo, alertando para possíveis consequências, a anterior administração entregou o agora famoso cheque sem cobertura no valor de 510 mil euros à Câmara Municipal da Maia a 13 de maio.
No dia 24, numa segunda reunião com a autarquia maiata, André Villas-Boas reiterou não existirem condições para dar continuidade ao projeto. Mais, solicitou à Câmara da Maia que fosse considerada uma cedência de posição, dado que havia interessados na aquisição dos terrenos que permitiriam ao clube recuperar os 680 mil euros investidos. A proposta foi recusada pela Câmara da Maia, que agora garante “não haver nada a devolver” ao FC Porto.