De Nuno Santos a Taremi: no outro lado do Sporting-FC Porto, ninguém ficou a rir
Janela trouxe ataque aos mesmos alvos: Pote e Nuno Santos caíram para o Sporting e Taremi para o FC Porto. Ninguém se ficou a rir e satisfação com plantéis parece unânime.
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O primeiro grande clássico da época disputa-se apenas 11 dias após o fecho do mercado de transferências, janela atípica, que encerrou fora de horas devido à pandemia provocada pela covid-19, mas que nem por tantas irregularidades deixou de ter as habituais lutas entre clubes rivais - Sporting e FC Porto.
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Foram, ainda assim, embates sem despistes aqueles a que assistimos no defeso, todos referentes a futebolistas que despontaram no campeonato português: leões e dragões acabam satisfeitos com os respetivos plantéis, apesar de, aqui ou ali, reconhecerem que podiam ter fechado uma ou outra opção. Hoje, alguns deles vão estar frente a frente em Alvalade... naquele que será o primeiro clássico da temporada.
Detalhando as lutas entre verdes e azuis, a primeira teve Pote, médio do Famalicão, como protagonista: ambos os clubes o tinham identificado rumo a 2020/21, mas foi o Sporting quem acelerou primeiro - com sucesso na meta -, adiantando 6,5 milhões de euros pelo internacional sub-21 por Portugal, embora o Famalicão, emblema vendedor, tenha salvaguardado 50% de uma futura transferência após dedução do mecanismo de solidariedade.
Talvez tenha faltado um ponta de lança em Alvalade - e aí o FC Porto, ao agarrar Taremi, foi culpado -, mas foram cumpridas nos dois rivais as premissas rumo a 2020/21. Gastos reduzidos para quem veio do exterior
Fechado Pedro Gonçalves, foi nos Arcos que embandeiraram estes choques, com o criativo Nuno Santos e o artilheiro Taremi. Frederico Varandas queria disparar diretamente aos dois, mas a falta de liquidez precipitou um recentrar de esforços, até porque António Silva Campos parecia querer uma fatia maior pelo iraniano. O esquerdino passou então a prioridade dos leões, que foram à carga de ombro com o FC Porto, que negociava a cedência. Para garantir que o ala pedido por Rúben Amorim não fugia, Hugo Viana deslocou-se a Vila do Conde e, em reunião com André Vilas Boas, diretor desportivo do Rio Ave, selou tudo por 3,75 milhões de euros (100% do passe, tal como Pote), abdicando, porém, de 20% numa transferência posterior.
Agarrar um pesadelo
Depois de falhar os dois primeiros embates, o FC Porto não se fez rogado, levantou a cabeça e chutou para a frente. Para a frente, mas com critério, pagando cinco milhões de euros por um futebolista que o leão queria, até porque já tinha sido um autêntico pesadelo em Alvalade quando, no início da última época, ganhou três penáltis no mesmo jogo - do campeonato -, os três assinalados a Coates, que viria a receber ordem de expulsão. Sim, é Taremi, o homem-golo da Pérsia que acabou no Dragão, reforçando uma frente de ataque a que foi acrescentado Toni Martínez, do Famalicão, mas por esse não há notícia de interesse dos leões.
Padrão comum a ambos
Lutas à parte, e olhando para as entradas de Sporting e FC Porto com o auxílio da infografia em anexo, ambos apostaram a maior parte do investimento em Portugal, apesar de os azuis e brancos terem em Evanilson, ex-Fluminense, a sua aquisição mais cara (8 M€). Quem veio de fora, fê-lo após rescindir com os respetivos clubes, casos de Adán e Antunes, nos leões, ou por empréstimo, como Sarr, Felipe Anderson ou Marko Grujic, nos dragões.