Nuno Correia, diretor-geral do Lourosa, explica sucesso ao seu primeiro ano em funções, após deixar de ser empresário. Adeptos recuperam euforia e sede de mais subidas
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O Lourosa corrigiu o percalço da última descida ao Campeonato de Portugal e numa disputa titânica com o Salgueiros, classificativa e no derradeiro jogo, assegurou o regresso à Liga 3, onde vinha estabelecendo durante anos objetivo de subida aos profissionais. O sucesso aconteceu muito por ação do trabalho de Jorge Pinto, conhecido por Jorginho, que assumiu o comando e ativou extraordinária recuperação, mas também fica associado ao primeiro ano como diretor-geral de Nuno Correia, que trocara a pele de agente por este cargo.
"Foi muito importante. Esta profissão vive de resultados por muito bom trabalho que se faça, são eles que ditam sempre o sucesso e o insucesso, mesma que a linha que separe as coisas seja muito ténue. A concretização do objetivo foi fantástico, o Lourosa foi a única que conseguiu regressar após descer. E para ficar melhor ainda fomos campeões nacionais da 2ª Divisão de Juniores. Mais feliz era difícil", explica, acreditando numa equipa com idênticos níveis de superação.
"O que podemos esperar é uma equipa competitiva com adn muito próprio com todos a darem tudo no campo pelo emblema. Vamos entrar em ano de centenário, é importante e simbólico responder bem, disputando todos os jogos para os vencer. Honrando camisola e pergaminhos de adeptos muito fervorosos, de alma incrível e raça tremenda. Os jogadores têm de ser iguais", suspira Nuno Correia, analisando a febre particular que, agora, grassa em Lourosa, onde a paixão e o bairrismo se entrelaçam com poderoso vigor.
"Por vezes dá-se um passo atrás para dar dois à frente. Quando cheguei senti que existia deceção por uma descida quando todos sonhavam subir. A tristeza era grande e as pessoas não encaravam bem a realidade, havia aquela energia negativa. Sentia-se na cidade! Por isso, dar a volta a este estado de espírito foi a maior vitória da época, falo de toda a estrutura, fomos percebendo a onda de euforia que cresceu, conseguimos puxar muitos adeptos de volta e acabar o campeonato nesse jogo com o Salgueiros a celebrar e com sete mil pessoas nas bancadas", exulta.
"Os adeptos cresceram e acreditaram, tivemos momentos bonitos, fantásticos e inspiradores, queremos transportar isso para a próxima época, a festa já passou", avisa Nuno Correia, sentindo-se realizado no novo mundo que começou ainda à pouco a desbravar.
"Foi uma aposta ganha mas muitos chamaram-me maluco porque tinha uma empresa solidificada com jogadores em todos os escalões e outros no estrangeiro. Foi o grande desafio da minha vida, ainda é, mas sou feliz que no que faço. Sinto-me valorizado pelo clube e acarinhado pelas pessoas de Lourosa, mesmo que nunca se agrade a todos", argumenta o matosinhense, diretor-geral da equipa do concelho de Santa Maria da Feira.
"O que me orgulha é que olhem para mim como alguém da casa e que veste a camisola", aclara o responsável do Lourosa, partilhando algumas decisões tomadas quanto à próxima época, salvaguardada que já está a permanência de Jorginho.
"O segredo é a alma do negócio mas renovar com a equipa técnica prova que queremos dar continuidade. E não podia ser de outra forma. A equipa roçou a perfeição com o Jorge Pinto, perdeu apenas um jogo. Foram os resultados, a qualidade evidenciada nos treinos mas também a parte humana. Vamos renovar com 8 ou 9 jogadores, o nosso núcleo duro, e só queremos contratar mais-valias. A qualidade tem de estar presente mas também homens com H grande, que ajudem a criar valores", garante.