Em entrevista a O JOGO, o antigo avançado das águias Jonas adivinha "várias propostas" pelo camisola 9 no final da época e atira: "No mercado atual 80 M€ não é muito dinheiro".
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Determinante na qualificação das águias para os quartos de final da Liga dos Campeões, em 2015/16, ante o Zenit, Jonas, em entrevista a O JOGO, destaca a sensação "incrível" de chegar a esta fase e torce para que Darwin, decisivo em 2021/22, continue mais anos.
O Benfica chegou aos "quartos" da Champions, algo que não conseguia desde 2015/16. O Jonas estava nesse plantel. Qual é a sensação?
-É incrível. Chegar aos quartos de final da Champions é um momento único e muito importante para o clube, para os jogadores, para o treinador e para o presidente.
Em 2015/16, a situação era diferente. O Benfica agora vive fase atribulada. O que pode valer esta qualificação? Salva a época?
-Dá um ânimo maior. A equipa sabe que não tem estado bem nas competições nacionais e o apuramento para os quartos de final dá outro fôlego. Estou triste pelas competições domésticas, fora do alcance, mas em relação à competição mais bonita de todas, o Benfica continua vivo e tem de agarrar-se a isso.
A qualificação pode limpar a cabeça dos atletas?
-Cria um ambiente mais tranquilo. Além do campeonato, o Benfica continua a disputar a Champions e a pensar nessa prova. Mas o Benfica é o maior de Portugal e tem de lutar sempre pelo título. Tem de voltar rapidamente a ganhar, para fazer os adeptos felizes.
O apuramento dá pontos extra a Nélson Veríssimo?
-Pelo que trabalhámos, é uma pessoa espectacular. Ajudou-me muito juntamente com Bruno Lage e com toda a sua equipa técnica. É um ser humano incrível e tem muito conhecimento da casa. Num momento de turbulência a sua presença no balneário acaba por acalmar. Há vários jogadores que ganharam o título com ele em 2019 e isso acabou por tranquilizar o plantel para agora passar por um momento bom na Europa. O que o Benfica conquistou na Champions é importante.
Defende a sua continuidade?
-Estou fora e é difícil dizer. Está fora do meu controlo. Só torço por ele e para que o Benfica esteja sempre bem.
E esperava um ano assim?
-No início da temporada ninguém imaginava que poderia acontecer um ano assim. Mas o futebol vive de resultados. Criou-se uma grande expectativa, é normal, até por Jorge Jesus, por aquilo que ele representa e pela sua qualidade, e pelo plantel. Mas os resultados não aparecem por vezes. Chegou a um momento em que não havia condições, pela pressão, para o míster continuar. Claro que no início imaginávamos outro Benfica e a lutar pelas competições nacionais.
Como antigo avançado, como analisa a época de Darwin, decisivo na qualificação?
-Darwin faz a diferença pela juventude, qualidade e força. No final da temporada o Benfica vai ter uma dor de cabeça porque deve ter várias propostas. Mas espero que fique, que conquiste muitos títulos e que possa deixar o seu nome na história do clube.
O Benfica aponta a 80 milhões de euros para vender Darwin. Acha que é muito dinheiro?
-Olhando ao mercado atual talvez não. Há muitos jogadores a serem vendidos por valores próximos desse. O Darwin tem muita qualidade, é um jovem, internacional e tem uma margem de evolução ainda muito grande. É isso que as equipas que olham para ele veem. E caso o Benfica decida vendê-lo seria importante obter a maior verba possível.
Já jogou em Espanha, onde Atlético de Madrid e Barcelona seguem Darwin. Ele encaixaria bem nessa liga ou seria melhor noutra?
-Independentemente do campeonato, temos de ver a qualidade do jogador. Darwin tem muita qualidade, encaixaria em qualquer liga fora de Portugal e de topo. Tem potencial para ter um bom desempenho e bons resultados. Mas, além de Darwin, o Benfica está bem servido de avançados. São todos grandes jogadores.