Danny cruzou-se com Daniel Sousa no Zenit e acredita que, na Pedreira, o técnico vai dar um salto decisivo. Ex-internacional viu a primeira ascensão de Daniel Sousa, quando este passou de analista a adjunto, já no clube russo, e está convencido de que o Braga ficará mais perto do título que lhe falta.
Corpo do artigo
Daniel Sousa já embarcou, aos 39 anos, na grande viagem da sua ainda curta carreira como técnico principal, esperando-se que a passagem por Braga o conduza a um contacto imediato com o topo, que sinta e goze daquela que tem sido a rampa de lançamento de muitos técnicos para a ribalta, como Abel Ferreira, Rúben Amorim ou Paulo Fonseca. Os trabalhos feitos no Gil Vicente e no Arouca expuseram muitas capacidades e uma visão diferenciada do jogo, alcançando resultados e unindo os jogadores na proposta apresentada.
Tendo começado com Villas-Boas logo em Coimbra, Daniel acompanhou-o também no estrangeiro, primeiro em Inglaterra e depois na Rússia, onde foi analista antes de ser promovido a adjunto, no Zenit. Foi na Rússia, portanto, que deu o primeiro salto na ascensão enquanto técnico, convivendo com uma equipa de estrelas, entre elas Hulk, Garay, Witsel e também Danny, o português mais amado em São Petersburgo, onde fez 254 jogos e apontou 68 golos.
O atual diretor-geral do Marítimo é expansivo nos louvores ao homem que, agora, tem missão de oferecer novas pistas de sucesso na Pedreira. “Recordo uma pessoa competente, muito profissional, que conseguia transmitir facilmente as suas ideias. Sempre soube como falar e chegar aos jogadores. Viveu duas fases, a de análise e a de adjunto; nunca deixou de ter intervenção e comunicação com os jogadores”, elogia Danny, acompanhando com cumplicidade este arranque bem promissor de carreira em Portugal. “Não me surpreendeu nada, sabia o que valia como adjunto de um dos melhores do mundo. Ele já demonstrava estar à altura de ser um bom treinador, entendia muito bem toda a parte tática, a visão era própria, mesmo aprendendo com alguém muito capacitado. Está a fazer o seu caminho, entrou a meio no Gil e Arouca, e fez grandes trabalhos. Acredito que o Braga, um dos melhores de Portugal, deu um passo à frente com o Daniel Sousa na corrida a um título que quer tanto ganhar”, expressa Danny.
“Esta chegada é bastante positiva para ele e para o clube. Ainda é jovem, está numa idade de ser a sensação, como foi o Villas-Boas. Está bem preparado pelo professor que teve e o sucesso vem aí; a capacidade está lá para treinar um grande como o Braga. Deixará marca favorável nos jogadores, estrutura e adeptos pela maneira de ser e de trabalhar”, defende, apontando inevitáveis progressos ao timoneiro. “Vai evoluir e melhorar, aprenderá todos os dias olhando para todos esses treinadores com mais estatuto, passado e vitórias. É um estudioso e não perderá isso. Vai mostrar o futebol que idealiza em Braga, com a sua personalidade agradável. As palavras dele eram bem transmitidas, o Villas-Boas confiava muito na interação que ele tinha com os atletas, pelo que o Daniel dava instrumentos defensivos e ofensivos ao plantel”, conta Danny, antecipando um bom casamento das ideias do técnico com o talento do plantel dos guerreiros. “Os plantéis do Braga são sempre fortes, feitos a pensar em ser campeão. É um sonho deles, que acredito não estar longe. Esta aposta trará algo muito positivo. Com um plantel forte, com a sua mentalidade e com a receita de jogo, antevejo um candidato já este ano”, explana o ex-jogador.