Nenhuma equipa ganhou a Liga esta década com 11 jogadores da casa. Lá fora, só Barcelona e Manchester United
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A estreia de Mouhamed Mbaye fez subir para 11 o número de jogadores oriundos da formação que se sagraram campeões nacionais pelo FCPorto.
Taça de Portugal e Taça da Liga foram também espaços de afirmação dos mais novos
É evidente que não é o quarto de hora dado como prémio ao guarda-redes senegalês ou os cinco minutos que João Mário disputou contra o Sporting que ratificam a aposta apregoada no Olival. Mas não é menos verdade que, mesmo sem eles, este já seria um campeão absolutamente ímpar em matéria de jogadores da casa utilizados. Eram nove, passaram a ser onze (ver lista abaixo).
De uma forma ou outra, nesta década não se encontra outro campeão nacional com tantos jogadores utilizados formados em casa. O Benfica, em 2018/19, utilizou sete jogadores "made in" Seixal e oito em 2016/17, naquele que era o anterior recorde da década em Portugal. Os dragões ficaram sempre muito atrás disso nos títulos do milénio. Aliás, para se ter uma ideia, em 2017/18, Sérgio Conceição utilizou "apenas" cinco jogadores "made in Olival": o repetente Sérgio Oliveira e ainda Diogo Dalot, André André, Gonçalo Paciência e André Pereira.
Conciliar a aposta nos jogadores da casa com os bons resultados não é sempre uma tarefa simples. E o Sporting que o diga, pois até foi pioneiro na aposta forte na formação. Mas desde 2002 que não consegue ganhar a Liga. Não são apenas os campeões portugueses que geralmente apostam pouco.
Na Europa dos grandes, nas principais ligas, só o Barcelona o consegue com relativa frequência. Foi campeão em cinco das últimas 10 épocas e em todas superou os 11 jogadores que, agora, Conceição lançou. Aliás, naquele contexto, os 12 da "cantera" que jogaram em 2018/19 até parecem poucos se compararmos com os 14 de 2014/15 ou os 17 de 2012/13 e 2010/11. Em Itália ninguém se aproxima, na Alemanha também não, em França idem e, na última década inglesa, só o Manchester United superou a dezena: 11 jogadores em 2010/11.
Com a estreia do guarda-redes Mbaye, Sérgio Conceição elevou para onze o número de campeões nacionais feitos no Olival
Nesta lista, Sérgio Oliveira foi, claramente, o mais importante, pelo tempo que jogou, pelos golos que marcou e até pelos que ofereceu. Mas há outros que foram decisivos em determinados momentos. Diogo Costa, por exemplo, jogou no Bessa na sequência de um caso disciplinar que afastou Marchesín da primeira equipa. E não sofreu golos.
Fábio Silva também foi titular. Diogo Leite foi chamado em Moreira de Cónegos por opção, numa fase importantíssima da época. Fábio Vieira foi um dos destaques desta retoma, altura em que Tomás Esteves se estreou. Juntos, os 11 somaram 2837 minutos do total de 29700 possíveis (90 por cada uma das 33 jornadas para cada um deles). E de forma geral isto significa que, em média, Conceição teve sempre pelo menos um jogador da formação em campo em todos os jogos do campeonato.
Sérgio Oliveira foi o mais importante, Bruno Costa já não está
Meixedo pode alargar o grupo
Onze já estão, Braga pode conhecer o 12º campeão formado no Dragão. Francisco Meixedo, o quarto guarda-redes do plantel, trabalha com a primeira equipa apenas desde maio, mas tem sido chamado ao palco sempre que o FC Porto enuncia os campeões. Resta-lhe uma oportunidade para somar, no exigente teste da última jornada. Conceição decidirá.
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JOGADORES MADE IN OLIVAL
Diogo Costa
Posição: Guarda-redes
Jogos: 2 Minutos: 166
Golos sofridos: 1
Mbaye
Posição: Guarda-redes
Jogos: 1 Minutos: 14
Golos Sofridos: 0
Tomás Esteves
Posição: Lateral direito
Jogos: 2 Minutos: 104
Ações decisivas: 0
Diogo Leite
Posição: Defesa-central
Jogos: 8 Minutos: 286
Ações decisivas: 0
Sérgio Oliveira
Posição: Médio
Jogos: 19 Minutos: 1229
Ações decisivas: 3 golos e 4 assistências
Bruno costa
Posição: Médio
Jogos: 2 Minutos: 180
Ações decisivas: 0
Vítor Ferreira
Posição: Médio
Jogos: 8 Minutos: 109
Ações decisivas: 0
Fábio Vieira
Posição: Médio
Jogos: 7 Minutos: 190
Ações decisivas: 2 golos e 1 assistência
Romário Baró
Posição: Extremo
Jogos: 9 Minutos: 375
Ações decisivas: 1 assistência
João Mário
Posição: Extremo
Jogos: 1 Minutos: 5
Ações decisivas: 0
Fábio Silva
Posição: Avançado
Jogos: 11 Minutos: 179
Ações decisivas: 1 golo