FPF lança no próximo dia 8 um observatório do futebol que recolhe, analisa e refina informação para melhor influenciar o jogo bonito.
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Aproxima-se uma nova forma de aprofundar conhecimento sobre futebol. O próximo dia 8 será também o primeiro dia de vida do Portugal Football Observatory, projeto com a chancela da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que parte da recolha e análise de informação sobre o desporto-rei nas suas mais diversas práticas e é fruto da junção de valências operada entre a Portugal Football School (Unidade de Investigação e Desenvolvimento da FPF), a Unidade de Saúde e Performance e a Direção de Inteligência e Serviço ao Adepto.
Parceiro desta iniciativa, O JOGO foi saber algo mais sobre este novo observatório que aproxima o futebol ainda mais dos domínios da ciência.
O portal do Portugal Football Observatory, portugalfootballobservatory.fpf.pt, será bilingue (português/inglês), e com conteúdos diversificados. Em diferentes periodicidades, a informação assenta em pilares como competições, jogadores e treinadores, arbitragem, saúde e performance e futebol de formação, ganhando forma em estatísticas e indicadores em regime permanente; estudos e podcasts semanais; vídeos mensais e uma newsletter quinzenal.
Um observatório único
A pretexto do lançamento, O JOGO falou com André Seabra, diretor da Portugal Football School, e Mafalda Urbano, diretora-geral adjunta da FPF. Ambos comungam da ideia de que se preencheu um vazio: "Não há um observatório que agregue este trabalho com profundidade no futebol, embora já se produza bastante conhecimento sobre desporto e futebol em particular. Existem mais de 80 artigos editados em publicações científicas internacionais com assinatura de elementos afiliados na Portugal Football School, e esta só foi fundada em abril de 2017. Todos os relacionados com futebol ou aplicáveis a esta área, aliás, estarão disponíveis no site do Portugal Football Observatory. Este servirá, portanto, também para prosseguir e aprofundar essa proximidade com o campo científico", consideram. Sem traçar uma "relação direta com o que se produz noutra modalidades", embora "faça sentido em bastantes áreas a comparação com o desporto norte-americano", Mafalda Urbano clarifica: "Aprende-se sempre com tudo o que nos rodeia. As comparações são estabelecidas porque os norte-americanos mediatizam a monitorização de dados e a estatística de forma muito intensa. O futebol, na Europa, já não vive sem o recurso a ferramentas e modelos matemáticos e estatísticos similares, mas esse recurso será porventura menos visível."
Tendo como pilares competições, atletas, arbitragem, técnicos, saúde e formação, o Portugal Football Observatory promete aproximar as vantagens do campo científico ao desporto-rei
O projeto a apresentar será, de resto, mais abrangente dos já existentes, exemplo do CIES Football Observatory. "O trabalho do CIES, que seguimos e respeitamos, prende-se sobretudo com interpretação de dados estatísticos. Essa será apenas uma pequena parte do Portugal Football Observatory. Teremos indicadores disponíveis em permanência sobre alguns tópicos, mas o nosso maior foco são investigações próprias que incluirão a análise de dados, incontornavelmente, mas também inquéritos, entrevistas, cruzamento de informações de várias fontes, sistematização e subordinação ao método científico. Foi até criada uma comissão de ética que validará todos os projetos", garante André Seabra.
Com outros trabalhos em execução ainda por revelar, André Seabra e Mafalda Urbano voltam a deixar uma mensagem unívoca: "A ideia é a de continuar a ser voz ativa no futebol, ter capacidade de influenciar políticas e decisões do jogo e usar os dados como ferramenta fiável de análise. Trazer mais conhecimento ao futebol, aliado à ciência, garantirá que seremos fonte credível e relevante em Portugal e no mundo. O objetivo central poderá resumir-se nesta frase: queremos produzir conhecimento que transforme e melhore o futebol."