RTP ouviu três árbitros sob anonimato. Eis um depoimento que fala de alegadas pressões do Conselho de Arbitragem.
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A Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária estão a investigar o Conselho de Arbitragem (CA) por suspeitas de corrupção e falsificação de documentos, após denúncia feita pelo ex-árbitro Jorge Ferreira. A notícia foi tornada pública pela RTP, estação que acrescenta agora novos dados com depoimentos de três árbitros ainda no ativo.
São mencionadas alegadas pressões feitas por dirigentes do CA para favorecerem os chamados três grandes. "Está montada uma teia que o CA usa de pessoas que, para se calarem, são aliciadas a ter outros cargos na estrutura federativa. Temos o caso do Bruno Paixão que foi convidado a sair do cargo de videoárbitro especialista e foi aliciado a ter um cargo de observador. Pressões de 'vê lá se te portas bem', 'cuidado com os três grandes', 'eles é que estão na comunicação social', 'se não te portares bem tens de vir cá para fora defender o Conselho de Arbitragem'", garantiu um dos árbitros, sob anonimato.
"Foram despromovidos árbitros que passaram nas provas físicas e tinham notas positivas e outros que não passaram nas provas físicas e permanecem na primeira divisão, muito fruto de um compadrio, de uma aproximação de conselheiros, inclusive alguns familiares, no caso do senhor Paulo Costa que tem um irmão, que é árbitro da primeira divisão e é um dos casos que não passa nas provas físicas", é ainda apontado por um dos árbitros ouvidos.
A questão das linhas de fora jogo, tendo como exemplo uma irregularidade assinalada por três centímetros, foi outro ponto mencionado.