O Paredes vai cumprir a terceira época consecutiva no CdP, algo que já não acontecia há 28 anos. Com um plantel formado por muitos jovens da casa, o objetivo passa por ficar nos cinco primeiros lugares
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Eurico Couto é um homem com o passado praticamente todo ligado ao Paredes. O atual treinador da equipa portuense, iniciou a formação no clube da sua terra, com apenas seis anos, passando o antigo avançado também pelas camadas jovens de Penafiel e FC Porto.
Há cinco anos como treinador do Paredes, Eurico não hesitou, quando foi convidado a prolongar o seu vínculo por mais uma época, apesar de terem surgido outras opções. "Existiram propostas concretas de CdP. Uma da série B, outra da série C e abordagens de II Liga, que não passaram disso. É um sinal de que o meu trabalho está a ser visto", revelou o treinador, de 35 anos, que ao não ter recebido nenhum convite irrecusável, usou uma expressão curiosa: "Costumo dizer que fui aquela rapariga que toda a gente ligou, mas ninguém casou".
Posto isto, a decisão de continuar à frente do comando técnico do Paredes, era a que fazia mais sentido, sendo que o objetivo passa por melhorar as últimas classificações. "No ano passado, conseguimos um décimo lugar, este ano o oitavo e o objetivo passa por fazer melhor. Há 28 anos, que o Paredes não conseguia fazer três épocas seguidas no Campeonato de Portugal", sublinhou, orgulhoso de fazer parte deste projeto: "Num futuro próximo, iremos ter um novo estádio e o que se prevê é que os objetivos sejam diferentes. Quero valorizar jogadores, o clube e procurar também valorizar o meu trabalho. Quando entrámos, há cinco anos, tínhamos cento e tal miúdos, hoje temos cerca de trezentos", explicou, traçando alguns cenários, sobre o novo formato da competição.
"Este ano, as séries serão de 12 equipas, ainda não sabemos que tipo de adversários nos poderão calhar. O nosso primeiro grande objetivo é ficar entre o sexto e o oitavo lugar para nos mantermos nesta divisão, depois vamos tentar os cinco primeiros, para ver se conseguimos o acesso a uma liga diferente".
Sem grandes euforias, mas consciente que o Paredes deu alguns passos em frente na sua afirmação, Eurico Couto, enalteceu dois momentos, que para si foram marcantes: "O melhor momento, foi quando conseguimos subir de divisão em 2018, mas quando perdemos a final da Taça Brali, em 2017, contra o Canelas em penáltis, acho que conseguimos acordar o clube. A partir daí, as pessoas começaram a unir-se mais, os sócios, a massa adepta e esse foi o momento da mudança, ajudou a desenvolver mais a cidade e a olhar-se mais para o futebol", avaliou, deixando escapar, que o seu maior sonho "é chegar às ligas profissionais e um dia, treinar no campeonato alemão".
Quatro valores do Paredes
Nuno
Central: 24 anos
"Não sei como é que ainda não deu o salto. Por um lado, é bom termos um central como ele. Ficou na equipa do ano, da série B e as suas virtudes são a antecipação, duelos individuais e leitura de jogo".
Ema
Lateral-direito/Médio
"É um jovem da formação (21 anos), que tem na polivalência um dos seus atributos. Na época passada, foi lateral-direito, esquerdo e médio. Comportamento tático, jogo aéreo e intensidade são algumas qualidades".
Henrique
Central: 22 anos
"É um central muito alto, que se antecipa bem e conduz bem a bola. Pela sua idade (22 anos), também tem uma margem de progressão enorme".
Madureira
Avançado: 27 anos
"É um avançado com grande capacidade de finalização e criatividade. Marcou 29 golos nas últimas três épocas e tem alguma magia nos seus movimentos, o que o distingue dos jogadores mais mecânicos".