"Costumo brincar com os meus colegas e dizer-lhes 'dá-me uma bola que eu marco'"
Maurício voltou a ser decisivo, agora na vitória (1-0) sobre o Gil Vicente, e revela o que diz aos colegas, em jeito de brincadeira, quando surge em boa posição; O médio brasileiro obteve o terceiro golo, e todos foram sinónimo de vitória, elogiando a construção da bonita jogada coletiva, que passou por Pedrão, Carlinhos e Moufi até ao remate certeiro.
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Maurício é um jogador talismã no Portimonense, já com a obtenção de vários golos decisivos, associando a este fator um papel determinante no meio-campo, onde rouba bolas, pressiona e constrói, ao mesmo tempo que não se inibe de ir à sua área defensiva ajudar a "varrer" as tentativas do adversário. No domingo, frente ao Gil Vicente, voltou a ser assim: deu o corpo às balas para evitar a finalização de Boselli e, na resposta, surgiu solto à entrada da área para apontar o golo da vitória.
"A minha função é essa, e procuro estar nas duas áreas. Lembro-me de que fiz um corte e depois saiu o golo, mas a construção foi muito boa, do Pedrão ao Carlinhos, à abertura para o Moufi e a assistência perfeita para eu marcar. Foi um golo bonito, sobretudo pela jogada", recorda o médio brasileiro, reforço de janeiro, com 34 anos.
Foi o terceiro golo em dez jogos, com a curiosidade de os algarvios terem ganho sempre que Maurício marca. E, em duas dessas vezes, graças a um golo solitário, à entrada da área, que, confessa, é um dos seus pontos fortes. "É uma das minhas características aparecer nessa zona e poder finalizar, embora o meu foco maior não seja o golo. Costumo brincar com os meus colegas e dizer-lhes "dá-me uma bola que eu marco", mas a verdade é que gosto de acompanhar esses lances. Os defensores vão quase sempre para a área e sobra o espaço que tenho aproveitado", destaca Maurício, com um sorriso constante a acompanhar as palavras.
"Estou feliz e sei que posso ajudar mais. Confesso que, ao princípio, não estava com tanta convicção, quando surgiu a oportunidade. Independentemente da minha idade e de ter jogado na Rússia e na Grécia, tinha algumas dúvidas. Mas, agora, posso dizer que a dimensão da liga portuguesa já me convenceu", vinca o médio.
Agradado com a competitividade que encontrou no meio-campo dos algarvios, que "é essencial e obriga um jogador a aplicar-se ainda mais", Maurício confirma que os "convites sempre aparecem", uma vez que tem propostas do Brasil, mas não traça cenários em relação ao futuro. Para já, está apenas concentrado nesta etapa algarvia. Com contrato até ao final da época, salienta que a vida de um futebolista "nem sempre é do jeito que queremos, pois tudo acontece muito rápido."
A verdade é que admite gostar muito da cidade de Portimão e do clube, mas a decisão final vai também passar pela adaptação da esposa e dos filhos, aludindo à importância do ambiente familiar para ter bom rendimento.
Três pontos importantíssimos
A vitória sobre o Gil Vicente deixou o Portimonense a salvo da descida automática, face à vantagem sobre os dois últimos classificados ser superior aos pontos (15) possíveis de angariar e, segundo Maurício, o treinador Paulo Sérgio passou bem a mensagem. "Tivemos inúmeras conversas com o míster, que passou a importância do jogo e pediu para mantermos a tranquilidade e o foco, sem perder a concentração. Estavam em causa três pontos superimportantes, para ficarmos com maior vantagem. Agora, acredito que vamos conseguir mais vitórias".