"Conviver com Sérgio Conceição é simples: é preciso gostar dele e querer ganhar. Odeia o conforto"
Siramana Dembélé, treinador-adjunto do FC Porto recorda o início da sua ligação ao técnico portista
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Siramana Dembélé, adjunto de Sérgio Conceição, concedeu uma entrevista ao "Sofoot" na qual recorda o início da sua ligação ao técnico do FC Porto e o trajeto juntos desde então, primeiro como jogadores e finalmente na área técnica.
"Tive de dar prioridade aos meus estudos, depois trabalhar em publicidade antes de jogar futebol profissionalmente. Tudo aconteceu muito tarde. A cereja no topo do bolo foi a conquista do título de campeão com o Standard Liège, o que já não acontecia há 25 anos. Quando cheguei, havia grandes nomes no Standard. Mas o Sérgio era diferente. Ele era o ícone do clube na altura. Antes de o conhecer, já estava impressionado, mas gosto de estar em contacto com as pessoas, por isso fui vê-lo, desinibido, e fiz um pouco de fã, pedindo-lhe uma camisola. Um pouco mais tarde na época, ele deu-me uma do Inter e ainda a tenho comigo dezasseis anos depois", começa por relatar Sirmana Dembélé.
O início da carreira de treinadores foi relatado ao pormenor, assim como o lado humano de Sérgio Conceição: "Depois de me ter retirado como jogador, tornei-me treinador adjunto no Standard e, sob a direção de Dominique D'Onofrio, o Sérgio também se tornou treinador adjunto. Tínhamos uma relação muito boa e um desejo de evoluirmos juntos. Todos nós tínhamos essa cultura de vitória. Mas quando o Standard foi comprado, decidimos deixar o clube por lealdade para com os antigos dirigentes. Após seis meses sem nada para mostrar, Sérgio tornou-se o treinador principal do Olhanense e pediu-me para vir com ele para Portugal. Telefonou-me na noite de 29 de dezembro para me dizer que tínhamos de estar em Olhão no dia 1 de janeiro para começar esta nova aventura, e eu aceitei sem hesitar. Conviver com o Sérgio é simples: é preciso gostar dele e querer ganhar. Ele faz com que aqueles que o rodeiam queiram avançar e progredir. Odeia o conforto. Com ele, sempre foi uma busca de progresso. Eu diria que só se sabe do Sérgio o que ele quer que se saiba. É muito inteligente, muito sensível e muito generoso. Ajuda muitas pessoas à sua volta e é muito leal. Quando ele ama alguém, não o abandona por nada deste mundo. É uma oportunidade imensa estar perto dele. Acima de tudo, vive das suas convicções e da sua determinação feroz em vencer. Não vive para a sua imagem. Para ele, é ganhar, ganhar ou ganhar. Vive para isso. Por exemplo, no início da época passada, depois das nossas duas primeiras derrotas na Liga dos Campeões, já estava convencido de que íamos chegar aos oitavos de final e disse-o a toda a gente. E foi o que fizemos, terminando em primeiro lugar do grupo."
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