O JOGO viajou pelas raízes do mais recente talento saído do viveiro do Olival, que herdou os genes do pai, o ex-médio Vítor Manuel. No currículo tem já um bis assinado contra os encarnados, pelos sub-19.
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Nasceu em Faro, cresceu em Vila das Aves, mostrou-se no Pinheirinhos de Ringe e até esteve ligado ao Benfica, mas foi no FC Porto que vingou: resumidamente, esta é a história de Vítor Ferreira, a mais recente pérola saída do viveiro do Olival, que após a estreia como titular pela equipa principal alimenta agora o sonho de debutar no maior clássico nacional.
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A exibição com o Ac. Viseu foi elogiada pela crítica e certifica a aposta de Sérgio Conceição num jovem que, este sábado, até poderia estar do outro lado da barricada, uma vez que fez captações na Luz, não fosse a rápida investida dos responsáveis da formação portista. O médio nem sempre foi primeira escolha nas equipas mais jovens dos dragões, mas chegou onde sempre ambicionou e apresenta-se agora como mais um trunfo para Conceição frente a um clube que lhe traz boas recordações, ou não tivesse bisado no Seixal pelos sub-19 na última época.
Filho do ex-médio Vítor Manuel, desde cedo Vitinha mostrou que iria seguir as pisadas do pai. Enquanto o progenitor dava os últimos pontapés na bola pelo Aves, o agora sénior do FC Porto preferia "treinar" com garrafas sob o olhar atento da mãe, Ana Maria, e da irmã, Inês. A atração pelo futebol, que o fazia pedir sempre o mesmo presente (bola) nos aniversários e no Natal, levou-o a entrar para o clube de Vila das Aves, mas foi pela Associação Pinheirinhos de Ringe que se destacou, ao lado de Diogo Costa (um ano mais velho), ao ponto de ter cativado o Benfica num torneio organizado naquela localidade nortenha. Foi às captações aos relvados que anexos ao Estádio da Luz e convenceu, entrando para o CFT do Prado, que jogava na AF Braga com o nome da Casa do Benfica de Póvoa de Lanhoso e por isso utilizava o equipamento das águias. O Sporting também o quis, mas nem a intervenção de Aurélio Pereira o desviou.
Dragão apanhou-o e nunca mais o largou
A troca do vermelho pelo azul e branco deu-se em 2011. "Fisgado" por um olheiro do FC Porto durante um torneio organizado pelo Dragões Sandinenses, em Vila Nova de Gaia, Vítor Ferreira nem pensou duas vezes em mudar-se para o Olival, na companhia de Diogo Costa e Rúben Moura, perante a hesitação que o Benfica ia revelando.
Médio foi fisgado pelos azuis e brancos num torneio organizado pelo Dragões Sandinenses, em Vila Nova de Gaia, e chegou ao Olival na companhia de Diogo Costa
O guarda-redes desde cedo assumiu a titularidade nas equipas por onde passou, enquanto o médio foi crescendo na sombra, pelo facto de ser franzino (daí o apelido). Diogo chegou primeiro à equipa principal, ainda na época passada, mas quis o destino que a estreia de ambos se desse na mesma temporada. Só Rúben ficou pelo caminho, integrando atualmente a equipa de sub-23 do V. Guimarães.
A "explosão" para a forma atual deu-se na última época, após a conquista do campeonato de juniores e da UEFA Youth League. Entrou no Torneio de Toulon como suplente da Seleção Nacional e saiu de lá com o prémio de Jogador-Revelação, apesar de outra seleções terem jogadores bem mais experientes. Aproveitou ainda a ausência de Romário Baró e de Tiago Dantas para se assumir como uma das figuras no Europeu de Sub-19 e transportou essa boa forma para a equipa B, pela qual assinou nove golos e três assistências. Anteontem, em Viseu, chegou à quarta oferta da temporada e à primeira desde que foi promovido à equipa principal, onde chegou de contrato renovado e com uma cláusula de rescisão ao nível dos melhores (40 milhões de euros). Com tudo a acontecer tão depressa, só falta mesmo a estreia num clássico. Quem sabe sábado...
DADOS
- Benfica amarrou-o após um torneio em Vila das Aves em que o Pinheirinhos de Ringe venceu os encarnados na final.
- FC Porto fisgou-o num torneio organizado pelo Dragões Sandinenses, em Vila Nova de Gaia.
- Nasceu em Faro a 13 de fevereiro de 2000, quando o pai representava o Farense. Já a irmã, Inês, nasceu em Campo Maior.
- Alinha em todas os lugares do meio-campo, onde também jogou o pai, mas chegou a experimentar a ala (sem sucesso) na formação portista.