REPORTAGEM - Jackson tem 32 anos e já assinou páginas de glória, Marlos, de 22, quer relançar no Portimonense uma carreira promissora. Os objetivos e o jogo com o FC Porto animaram a conversa com O JOGO
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Os dois colombianos aceitaram o repto de O JOGO nas vésperas de defrontarem o FC Porto dos compatriotas Luis Díaz e Matheus Uribe. O Cha Cha Cha aconselha Marlos a dar mais do que o seu talento.
"É mais um reencontro com uma equipa que está no meu coração. Já joguei na época passada e a primeira vez deixou-me emocionado, foi até difícil aguentar"
Na semana que antecede a visita do FC Porto, O JOGO juntou os dois colombianos do Portimonense para uma conversa ligeira. O experiente Jackson Martínez vai para a segunda época no Algarve, o jovem Marlos Moreno acaba de chegar, emprestado pelo Manchester City com a esperança de relançar uma carreira promissora.
Do outro lado, vão encontrar Luis Díaz e Matheus Uribe, reforços dos portistas e duas referências na seleção cafetera. "Nunca imaginei integrar um plantel com o Jackson Martínez, para mais sendo ele uma referência da Colômbia e dos melhores avançados da história", atira Marlos Moreno, com alguma timidez, quiçá por "dividir" a entrevista com um nome incontornável no mundo do futebol.
"Para mim, é uma alegria ter aqui o Marlos, primeiro porque tenho um compatriota perto e depois porque quero vê-lo evoluir, ter bom rendimento e ajudar a equipa. Espero que ele honre o nome do nosso país", responde Jackson.
"Partilhar o balneário com o Jackson é um sonho. Quero aprender muito"
Ambos são internacionais pela Colômbia, mas devido à diferença de idades nunca se tinham cruzado. "Recordo-me dos jogos iniciais do Marlos como profissional e do que significou para a Colômbia ver um talento destes nascer. Vou ajudá-lo, claro, até porque isto do futebol tem muitas etapas e ele já terá passado por situações na sua curta carreira em que não acreditava. Mas são essas coisas que te ajudam e fortalecem. Quando és jovem, tens de perceber isso e abrir a mente", aconselha Jackson.
"Não é por ele estar aqui ou ser colombiano, mas aos 18 anos ser comprado por um gigante como o City é sinal do seu talento. E não é possível que tenha perdido capacidades. Acho que lhe falta confiança", acrescenta o Cha Cha Cha, aproveitando para dar mais um conselho ao compatriota.
"Ninguém lhe nega talento e capacidade, algo inato nele, mas é um jogador que tem de dar mais do que esse dom. O futebol está muito ligado à confiança e eu quero contar com o Marlos a dar o máximo e a ganhar confiança. Se assim for, em qualquer momento vai disparar", atira o "professor" Jackson, de 32 anos e a cumprir a segunda época nos algarvios.
"Com o FC Porto temos de estar mais concentrados do que contra o Sporting" (Jackson Martínez)
Marlos aceita a dica. "Quero que ele me ensine e aconselhe, é fundamental. Partilhar o balneário com o Jackson é muito bonito e sempre me alegrei por falarem tão bem dele em outros países, recordarem o seu trajeto, em especial no FC Porto, onde foi espetacular. Para mim é um sonho! Quero estar neste projeto e tentar alcançar muitas das coisas que ele conseguiu", completa o jovem extremo do Portimonense.
O próximo adversário do Portimonense é o FC Porto, um jogo sempre rodeado de mediatismo, e, no caso de Jackson Martínez, com bastante significado. "É mais um reencontro com uma equipa que está no meu coração. Já joguei na época passada e a primeira vez deixou-me emocionado, foi até difícil aguentar", admite, aludindo ao facto de ter sido aplaudido de pé, no Dragão.
"Estamos a preparar bem a partida, sabendo que não podemos facilitar. Na anterior, lembro-me que sofremos um golo cedo e o FC Porto mostrou grande eficácia. À primeira ocasião, fazem logo golo", afirma o goleador, que vai defrontar os compatriotas Uribe e Luis Díaz, que já elogiou. "Díaz é um jogador com muito talento, mas tem margem de progressão", referiu, esperando um resultado diferente contra a sua ex-equipa.
"Vi o jogo contra o Benfica no qual o FC Porto foi dominador, com muita posse de bola e jogadores perigosos. Trata-se de uma equipa poderosa"
"É fazer o possível para realizarmos um bom jogo e procurar superioridade em alguns momentos, tentando ganhar. Temos de estar mais concentrados do que contra o Sporting", prossegue, aludindo ao facto de os leões terem feito dois golos nos primeiros minutos. "Que tenha servido de lição, obrigando a concentração total desde o apito inicial", insistiu.
Já Marlos Moreno, embora menos conhecedor da realidade do nosso campeonato, já tem uma ideia do que os algarvios vão ter pela frente. "Vi o jogo contra o Benfica, no qual o FC Porto foi dominador, com muita posse de bola e jogadores perigosos. Trata-se de uma equipa poderosa. É preciso total concentração e fazer as coisas bem, só assim podemos somar pontos", frisou, aproveitando para também elogiar o extremo que os dragões contrataram no último defeso. "O Luis Díaz está a atuar muito bem e é sempre perigoso, não lhe podemos dar espaço", avisa o extremo algarvio, que rotula a liga portuguesa "de muito competitiva", esperando poder deixar a sua "marca".
O mais doloroso já passou
Refeito da lesão, o sorriso de Jackson é outro. "Tenho menos dores, felizmente, mas vou continuar com alguma preparação específica. Os responsáveis médicos têm de me travar um pouco, porque queria treinar sempre, mas, para que não tenha recaídas, e por precaução, não posso exagerar nas cargas físicas", explica.
"Não chorava da impotência ou por não poder jogar, era mesmo das dores, de não poder dormir. Não tinha outra maneira de me expressar e de acalmar as dores. Foram dois anos complicados. Com uma lesão destas, parece que já não existes. Mas eu aprendi essa lição e o mais doloroso já passou. Sou mais forte também como homem", confessa. Marlos sintetiza o que lhe vai na alma. "Não consigo fazer ideia do que ele passou. É um caso de superação", considera.
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O próximo adversário do Portimonense é o FC Porto, um jogo sempre rodeado de mediatismo, e, no caso de Jackson Martínez, com bastante significado. "É mais um reencontro com uma equipa que está no meu coração. Já joguei na época passada e a primeira vez deixou-me emocionado, foi até difícil aguentar", admite, aludindo ao facto de ter sido aplaudido de pé, no Dragão.
"Estamos a preparar bem a partida, sabendo que não podemos facilitar. Na anterior, lembro-me que sofremos um golo cedo e o FC Porto mostrou grande eficácia. À primeira ocasião, fazem logo golo", afirma o goleador, que vai defrontar os compatriotas Uribe e Luis Díaz, que já elogiou. "Díaz é um jogador com muito talento, mas tem margem de progressão", referiu, esperando um resultado diferente contra a sua ex-equipa.
"O Luis Díaz está a atuar muito bem e é sempre perigoso, não lhe podemos dar espaço"
"É fazer o possível para realizarmos um bom jogo e procurar superioridade em alguns momentos, tentando ganhar. Temos de estar mais concentrados do que contra o Sporting", prossegue, aludindo ao facto de os leões terem feito dois golos nos primeiros minutos. "Que tenha servido de lição, obrigando a concentração total desde o apito inicial", insistiu.
Já Marlos Moreno, embora menos conhecedor da realidade do nosso campeonato, já tem uma ideia do que os algarvios vão ter pela frente. "Vi o jogo contra o Benfica, no qual o FC Porto foi dominador, com muita posse de bola e jogadores perigosos. Trata-se de uma equipa poderosa. É preciso total concentração e fazer as coisas bem, só assim podemos somar pontos", frisou, aproveitando para também elogiar o extremo que os dragões contrataram no último defeso. "O Luis Díaz está a atuar muito bem e é sempre perigoso, não lhe podemos dar espaço", avisa o extremo algarvio, que rotula a liga portuguesa "de muito competitiva", esperando poder deixar a sua "marca".
"Vi o jogo contra o Benfica no qual o FC Porto foi dominador, com muita posse de bola e jogadores perigosos. Trata-se de uma equipa poderosa"
Josué já treina três vezes por semana
Jackson não evita um largo sorriso quando fala de Josué, o filho de sete anos que joga nas escolinhas do Portimonense. "Esta época é mais a sério. Até já vai treinar três vezes por semana", atira, divertido com a hipótese de ver o miúdo a (tentar) seguir os seus passos. Josué tem uma irmã, a Samantha, de quatro anos. Marlos, por sua vez, tem um descendente, o Nicolas, que ainda é bebé.
Ser embaixador encanta Jackson
A SAD do Portimonense anunciou que quer fazer do Cha Cha Cha um embaixador pelo mundo. E este aplaude. "É bom saber que contemplam essa possibilidade e estou encantado. É também fruto de uma bonita carreira", reconhece o goleador, que continua grato à cidade e ao clube.
Queiroz melhorou parte tática
Carlos Queiroz, selecionador da Colômbia, foi, naturalmente, tema de conversa. "Já se viu diferenças, sobretudo na parte tática. Houve jogos muito bem conseguidos na Copa América e a seleção mostrou uma identidade que há muito não se via. É um sinal muito bom, que nos enche de confiança."
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Marlos não quer ficar de fora da seleção
Jackson enfatiza "a nova geração de jovens talentos" que Queiroz pode ajudar a potenciar e que Marlos, internacional por oito vezes, espera integrar. "Quero voltar à seleção, claro", sustenta, recebendo do compatriota uma dica. "Está na hora de ter nova oportunidade, mas tem de trabalhar para isso. E tem de se preocupar, unicamente, com aquilo que pode controlar, que é o trabalho dele no clube."
Desfrutar todos os bons momentos
"A carreira passa rápido e temos de desfrutar. Vejam, eu tenho 32 anos e estou rodeado de muitos colegas com 20, 21, 22... até me sinto velho", graceja o Cha Cha Cha. "Nos momentos difíceis, aprendes; nos momentos bons, desfrutas."