"Concordo em absoluto com o que Varandas disse. O Benfica é o protegido de uma nação"
Soares Franco, Carlos Severino e Bernardes Dinis concordam com a intenção de Varandas renovar com o treinador. A O JOGO, o trio de ilustres considera que as palavras de Frederico Varandas em relação ao Benfica não aumentam a crispação e que as críticas à Juve Leo são em linha com as últimas intervenções.
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Na entrevista à "RTP", anteontem, Frederico Varandas informou que está "em cima da mesa a renovação" com Rúben Amorim e que o treinador "sabe o que a Direção pretende ir além de 2024".
Esta declaração de intenções tem o aplauso de ilustres do Sporting, entrevistados por O JOGO. "A estabilidade de uma equipa técnica é fundamental para o sucesso. O Rúben é um jovem treinador, promete muito e é de manter", afirma Filipe Soares Franco, presidente do clube de 2005 a 2009.
"Depois do sucesso de Amorim quando veio para o Sporting, é normal que haja interesse da parte do clube em manter o treinador. Embora não estejam a correr bem as coisas este ano, tudo se pode inverter, tendo em conta a confiança que a estrutura tem nele. Tem de haver vontade das duas partes: o Rúben veio dizer que ficava no Sporting até final da época, fica a incógnita se estará disponível para renovar. Espero que chegue a bom porto a negociação. De facto, a bola está do lado do Rúben. E o Rúben ou a devolve, ou não...", analisa Carlos Severino, ex-candidato à presidência do Sporting e antigo diretor de Comunicação do clube.
"Estou de acordo com o que o presidente disse. Há sintonia entre o trio, é um trio quase perfeito: presidente, Hugo Viana e Amorim. A conjetura é para ficar o maior tempo possível no Sporting e há essa recetividade da parte da Direção e do Amorim também", opina Bernardes Dinis, diretor do Museu do Sporting em Leiria e ex-membro do Conselho Leonino.
Apesar de dizer que tem uma relação "tranquila e institucional" com Rui Costa, Varandas considerou que há maior "sossego na arbitragem porque o Benfica está em primeiro. A frase não foi tida como uma escalada na rivalidade por Carlos Severino: "Não penso que tenha subido o tom contra o Benfica. Quando os resultados não acontecem há sempre críticas à arbitragem. A declaração de Varandas foi no sentido de explicar que com o Benfica em alta não haverá queixas."
Soares Franco preferiu não comentar e Bernardes Dinis foi cáustico: "Concordo em absoluto com o que Frederico Varandas disse. Vivemos uma paz podre. O Benfica é o protegido de uma nação. O Rui Costa parece uma águia vestida de cordeiro e engana muita gente. É melhor não haver relação institucional, porque tal coisa não existe aqui. É fictícia."
Por fim, o painel entrevistado pelo nosso jornal entende que a intervenção quanto às claques seguiu o que tem sido o apanágio do presidente e até pelo facto de enunciar o nome do líder da Juve Leo e enumerar as suas questões judiciais. "Foi sempre um dirigente que demonstrou coragem a romper com as claques. Admiro a postura de Frederico Varandas de colocar nomes nos bois, uma claque não pode ser dirigida por alguém que foi condenado várias vezes", diz Carlos Severino.
"Apoio-o totalmente, as claques estão para apoiar o Sporting e têm de ter uma atitude cívica. Há uma claque que penaliza sempre o Sporting. Varandas limitou-se a constatar um facto, os crimes", termina Soares Franco.
Soares Franco aplaude timing escolhido
Após perder contra o Eintracht, há pouco mais de duas semanas, Rúben Amorim disse que o presidente não tinha "de dar a cara" e que se Varandas o fizesse se sentiria "diminuído". Soares Franco, por isso mesmo, elogiou o momento da entrevista à "RTP". "Foi um ótimo timing. Dá tempo para se relançar a época, que recomeça em dezembro. Percebo que o Rúben Amorim tenha dito isso, mas o presidente não tem de se condicionar pelo treinador e entendeu que se tinha de afirmar e esteve muito bem", comenta o ex-presidente, recusando que agora Amorim tenha de aceitar a renovação: "Não cria pressão no Rúben. Ele sabe que a vida é dele. O Rúben vai decidir em tempo oportuno."