O Rio Ave foi a última equipa a alterar o sistema defensivo e apresentar-se com três centrais para travar a dupla ofensiva do FC Porto.
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O Rio Ave surpreendeu com a aposta em três centrais no jogo com o FC Porto, tornando-se na mais recente equipa a fazê-lo, algo que levou Sérgio Conceição a fazer referência a esse facto no final do encontro de sábado.
"Algumas equipas têm mudado contra nós e tentam, de certa forma, reforçar a linha defensiva", lembrou o técnico portista.
Analisados todos os jogos do campeonato, verifica-se que Sérgio Conceição tem razão. Além do Rio Ave, também Santa Clara, Boavista e Portimonense reforçaram o sector defensivo com a aposta em três centrais. A ideia é clara: sabendo que o FC Porto joga habitualmente com dois avançados, seja Marega e Soares ou com Zé Luís a substituir um deles, os treinadores adversários procuram a marcação direta à dupla, ficando um central livre. Sempre com o apoio dos laterais, o que, na maior parte das vezes, faz com que os adversários defendam com cinco defesas.
O Santa Clara foi a primeira equipa a apresentar-se com três centrais, apostando, no Dragão, em César, Fábio Cardoso e João Afonso. Uma estratégia para travar Marega e Zé Luís, mas o cabo-verdiano furou o muro defensivo.
Habituado a jogar em 3x4x3 ou 4x3x3, o Boavista, então sob o comando de Lito Vidigal, apostou em três centrais, com a particularidade de ter surpreendido com a estreia do peruano Dulanto.
Mais recentemente, o Portimonense, a penúltima equipa a jogar no Dragão, apresentou uma estrutura com apenas dois centrais, mas sempre que o FC Porto tinha a posse o médio Willyan recuava para o eixo defensivo para tentar travar os movimentos de Marega e Soares.
Mas o reforço defensivo não se limita a uma estrutura de três centrais, estendendo-se ao meio-campo. O V. Setúbal, então sob o comando técnico de Sandro, jogava preferencialmente em 4x4x2 e contra o FC Porto, mas também com o Benfica, acrescentou mais um médio. O mesmo fez o Belenenses, de Pedro Ribeiro, que trocou o 4x2x3x1 pelo 4x3x3, com a aposta num meio-campo com Show, André Santos e André Sousa.
Já agora, contra o adversário direto, o Benfica, há dois clubes que reforçaram a solidez defensiva de forma clara: o Tondela acrescentou um terceiro central e o Portimonense, então treinado por Folha, também. Mas, neste caso, a situação não era virgem nem uma total surpresa. E o treinador até tem o 3x4x3 como modelo de referência.
Leverkusen e Braga são diferentes
As mudanças no sector defensivo dos adversários estenderam-se recentemente à Liga Europa, com o Bayer Leverkusen a apresentar-se no Estádio do Dragão com três centrais. Depois da curta vantagem (2-1) alcançada na Alemanha, Peter Bosz apostou em Tah, Sven Bender e Tapsoba, apoiados pelos laterais Lars Bender e Sinkgraven. Mas os alemães jogam frequentemente assim e Conceição já o sabia. Com três centrais também se apresentou o Braga de Rúben Amorim, que faz desse esquema a sua imagem de marca. Ou seja, estas equipas não mudaram de identidade só por defrontarem o FC Porto.