Treinador do FC Porto não reage bem às derrotas, mas Vaná e Nanu garantem a O JOGO que a exigência não muda com os resultados: está sempre nos píncaros.
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A primeira derrota do FC Porto na Liga Bwin surgiu em Braga (0-1), num jogo que era encarado como o primeiro "match point" rumo ao título.
Logo após o apito final, Sérgio Conceição apontou para a necessidade de "baixar a cabeça" e refletir sobre os erros cometidos e, ao longo da semana, a mensagem transmitida ao plantel foi clara: as últimas três jornadas têm de ser encaradas com o maior compromisso e a partida de amanhã, com o Vizela, é de importância máxima.
Além disso, o plantel está consciente de que nada está ganho... ou perdido. Uma abordagem que, de resto, não difere muito da que é posta em prática todos os dias no Olival, até porque o treinador dos dragões não tem por hábito adaptar o nível de exigência aos resultados. Essa é a garantia deixada a O JOGO por Vaná e Nanu, jogadores que foram treinados por Sérgio no FC Porto: com ele, a exigência tem de estar sempre nos píncaros.
O guarda-redes brasileiro, campeão nacional em 2017/18, vinca que "na derrota e na vitória trabalha-se da mesma forma". "Não é mais leve ou mais pesado por se perder um jogo. Há um padrão e uma rotina de treino que não mudam, sempre com o mesmo nível de exigência, até nas pausas de seleções. É a receita para o sucesso", assinala.
Nanu, emprestado ao Dallas em janeiro, partilha a ideia: "A mensagem que passa nos jogos bons e menos bons é que não há facilitismos para ninguém. O míster é frontal mesmo quando está tudo bem, não é de elogiar muito e isso é bom, porque se pode perder o foco", detalha o lateral-direito. A azia que se segue às derrotas, reconhecida pelo próprio, é um traço característico de Conceição, mas que não tolda a objetividade. "É um treinador que não gosta de perder em nada, nem numa peladinha nas férias. Não disfarça a azia, nem com jornalistas, nem com atletas, mas quer logo que haja vitória a seguir", refere Vaná, com Nanu a considerar a postura "natural": "Ele não tem de reagir bem se sabe que as coisas correram mal. Chama-nos à atenção pelos erros, porque é exigente. No FC Porto tem de ser assim."
Vaná, atualmente no Aris Limassol (Chipre), viu o duelo de Braga e rejeita "qualquer imagem de desleixo". Diz, contudo, que o desaire pode ter provocado "alguma ansiedade". "Só quem foi campeão é que sabe", atira, lembrando o título de 2018. Aí, a "força do balneário" foi importante após uma derrota com o Belenenses (2-0). "Foi ainda no Restelo que a nossa "virada" começou, na conversa que tivemos", conta. Fazendo a ponte para o presente, Nanu ressalva que "são as derrotas inesperadas que complicam, por isso o foco é total no próximo jogo". Assim, a partida de amanhã terá o sabor de uma final, até pela proximidade da meta, mas sem ligar os alarmes. O equilíbrio entre confiança e exigência é essencial e não é nada que fuja à rotina.