Conceição e a paragem para seleções: "Coincidiu com um momento mau da equipa..."
Interregno competitivo "não foi nada fácil" para o FC Porto, disse o treinador dos "dragões".
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O recente interregno competitivo para os embates das seleções "não foi nada fácil" para o FC Porto, notou esta sexta-feira o treinador Sérgio Conceição, na véspera da visita ao Portimonense, da nona jornada da I Liga.
"A paragem coincidiu com um momento mau da equipa. Dentro desses dias que tivemos para trabalhar houve coisas importantes e também conversas entre mim e os jogadores, no sentido de perceber o que não estava a correr tão bem. Detetámos algumas situações e fomos trabalhando em cima disso", enquadrou o técnico, em conferência de imprensa.
O FC Porto encarou a paragem para os compromissos das seleções nacionais com três derrotas e um empate em seis encontros, mas voltou à competição com êxitos caseiros recentes sobre Sporting de Braga (4-1), na oitava ronda, e Bayer Leverkusen (2-0), que reencontrará em solo alemão já na quarta-feira, para o Grupo B da Liga dos Campeões.
"Em termos estruturais, fomos mudando do 4-2-3-1 para o 4-4-2 losango. Tivemos de voltar um pouco à base, que, durante praticamente três anos, foi num 4-4-2 clássico. A paragem foi importante para perceber o que nos estava a faltar. Demos uma excelente resposta nos últimos dois jogos, mas importa ter continuidade e solidez. Podemos fazer jogos menos conseguidos a nível técnico, mas há que ser taticamente rigorosos", notou.
Sérgio Conceição sublinhou o peso da consistência exibicional para que a equipa esteja "permanentemente ligada, focada, concentrada e que não tenha esses altos e baixos", procurando "ser uma equipa forte, independentemente dos jogos que tiver pela frente".
"Se a equipa está mais à imagem pretendida? Os resultados recentes dizem que sim. O mais difícil no trabalho de um treinador é motivar um grupo e que este esteja sempre em alta. Temos vários exemplos este ano de equipas que conseguem excelentes resultados, mas não têm continuidade. Independentemente do bom jogo que possamos cumprir, faz parte da nossa imagem de marca ser sempre uma equipa emocionalmente forte", frisou.
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Recordando que a instabilidade causada por resultados contraditórios "faz parte da vida de um treinador e dos atletas", o antigo internacional português pediu "algum equilíbrio".
"Ainda no último jogo em casa, independentemente do nosso bom, jogo senti que houve algum desconforto do público para com um jogador [David Carmo]. Não vai ser o último e eu também não sou o primeiro a perceber e a viver com a exigência do público. Toda a gente bate palmas nos momentos bons. Importa é que todos juntos façamos a diferença nos momentos menos bons, pois somos poucos para nos tornamos mais fortes", apelou.
Sérgio Conceição ilustrou essa necessidade de "estabilidade" com as recentes saídas de Vasco Seabra e Rui Pedro Silva do comando de Marítimo e Famalicão, respetivamente, embora continue a receber apoio do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.
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"É o treinador que normalmente paga o insucesso. Muitas vezes, é a cara quando existe sucesso, mas nunca lhe é diretamente atribuído. Não gosto de ver colegas meus serem despedidos depois de meia dúzia de jogos, porque é preciso dar conforto. Eu não tenho nada a dizer desde que estou aqui. Já passei por momentos fantásticos e outros menos bons, mas o presidente acredita naquilo que eu e a minha equipa técnica podemos fazer. Ainda cá estou e sou o treinador há mais tempo à frente de um clube da I Liga", finalizou.
O FC Porto, segundo classificado da I Liga, com 19 pontos, a três do líder invicto Benfica, vai medir forças com o Portimonense, sexto, com 15, no sábado, às 18:00, em partida da nona jornada do campeonato, com arbitragem de Manuel Mota, da associação de Braga.