Jorge Jesus, entrevistado pela Sport TV, recorda os últimos meses do Sporting
Corpo do artigo
A saída do Sporting: "Eu estive ao lado dos interesses do Sporting. Sabia que os estava a defender. Defendi o Sporting com toda a minha sabedoria e com o que sabia que ia ser o amanhã. Não me enganei."
A invasão a Alcochete: "A última semana, os últimos quinze dias foram muito complicados. A invasão à Academia foi um dia de terror. Deixou marcas. Fomos à final só com um dia de treino. O que me marcou foi perder aquela final."
A final do Jamor: "Senti-me um treinador impotente. Senti logo no aquecimento que os jogadores não eram os mesmos. Estavam muito nervosos, estava um ambiente muito estranho. Praticamente, eles não me ouviam, ao contrário do que acontecia sempre. Depois daqueles acontecimentos todos, queríamos dar a Taça aos adeptos, custa muito perder uma final assim. Sinto alguma culpa. Como treinador, devia ter impedido que a final se disputasse."
Ainda a final: "A estratégia, as ideias da equipa, desapareceram. Tenho a certeza que vou ao Jamor, vou disputar mais finais, mas esta vai ficar-me para sempre gravada"
O Jamor: "Ao subir aqueles degraus todos, ao ver os adeptos, várias crianças a agarrarem-se a mim a chorar. Custou muito. Parecia que as pessoas sabiam que era o fim no Sporting para mim e para aqueles jogadores. E até foi. Foi um turbilhão de emoções. Parecia que tinha acabado a nossa carreira. Senti muitas fragilidades. Parecia que tinha acabado o mundo"
Os últimos meses no Sporting: "Durante três meses foi uma luta muito forte, ia deixar mazelas com as pessoas que estavam no Sporting e não podia ficar. Sei as atitudes que tomei em defesa do Sporting e sei que ficaram muitas pedras no sapato. Disse que sim, podia ter voltado com a palavra atrás porque Sousa Cintra, que está a fazer um trabalho espetacular no regresso de alguns jogadores, mas não podia."
Bruno de Carvalho: "Dispensado por Bruno de Carvalho? Se eu quisesse falar, falava na altura. Sou pessoa para falar na cara das pessoas. E disse-o, não vou agora falar de coisas só porque não estou a Portugal"
Sobre André Geraldes: "Claro que fiquei surpreendido. Tem muita capacidade, puxei-o para a estrutura até acontecer este drama todo, para ele"