Histórico na baliza das duas equipas, antigo guarda-redes avisa que o triunfo guerreiro na primeira volta não entra no pensamento e antevê uma Pedreira mais pintada de braguismo. Quim tem um livro aberto de centenas de jogos por Braga e Benfica e projeta um duelo especial, porque ainda há pretensões de título.
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Quim é seguramente um dos jogadores que melhor conhece o equilíbrio dos confrontos entre Braga e Benfica, sobretudo na dimensão do fator casa do lado dos guerreiros, como jogador feito dentro de portas no que toca à estrutura bracarense. O antigo guardião, hoje treinador de guarda-redes no Trofense, viveu oito jogos contra os guerreiros e 16 como rival do Benfica, embora sempre com saldo negativo no que toca a vitórias. Os tempos mudaram e o Braga, que já era qualificado, ainda se mentalizou mais da sua força, não escondendo o arreganho, olhos nos olhos, quando sujeito a interrogatórios diante dos grandes. Na posse de 299 encontros pelo Braga, em duas passagens, antes e depois da Luz, e 184 pelo Benfica, Quim, que ainda foi à Vila das Aves vencer uma Taça de Portugal, foi homem praticamente de duas camisolas, além da Seleção.
Este Braga-Benfica é temperado de muita expectativa. Sem nada a perder dos dois lados, vaticina-se toada empolgante na busca das balizas.
"Vejo o Braga e o Benfica a fazerem o seu normal para vencerem e acabarem a época a dar uma alegria aos adeptos. O primeiro pensamento é sempre ganhar, vai ter de passar por aí, independentemente do resto que esteja em jogo. Conto, sim, com um jogo aberto, espírito de vitória, de somar e ver o que dá", relata o antigo guarda-redes, juntando os ingredientes que pesam e engrandecem o apetite minhoto.
"Estamos a falar de um clube que se estabeleceu como o quarto grande. Portanto, nessa condição, tem de vencer em casa. O que fez na Luz na primeira volta, essa vitória, é passado e já não pode ser direcionada para este jogo. São momentos diferentes da época e os dois clubes estão a atacar objetivos que não dependem deles. Pode esperar mais o Benfica que o outro resultado ajude, mas vejo o Braga com jogadores altamente experientes e habituados a estes jogos, e não tem por que vacilar", afirma Quim, recusando qualquer posicionamento mais vibrante dos benfiquistas no Minho.
“É um clube diferente. Hoje, a maioria das crianças e jovens já são do Braga. No meu tempo não era tanto assim, dividiam-se pelos três grandes. Agora é um cenário completamente oposto, os objetivos cresceram e os adeptos estão com a equipa, até porque há uma exigência fortíssima sobre ela”.