Como a SAD do FC Porto explicou a venda de Sérgio Oliveira: poupança de salários e aval de Sérgio Conceição

Se a auditoria divulgada pelo FC Porto apontou ausência de racional para várias transações, tenham sido compras ou vendas, a transferência de Sérgio Oliveira para o Galatasaray, em 2022/23, mereceu uma análise que constou em ata da administração da SAD, em concreto com o número 260 e datada de 5 de setembro de 2022.

O médio assinara pelo emblema turco em julho, num negócio justificado pela poupança de salários e com o aval de Sérgio Conceição, face ao rendimento desportivo.

"Estão relatados os factos discutidos pelo Conselho de Administração da FCP - SAD, nomeadamente no que diz respeito à análise das razões que estiveram na base da decisão de alienação do passe do jogador Sérgio Oliveira. Segundo o disposto nesta ata, apesar do montante de 3 milhões de euros não permitir à SAD a realização de uma mais-valia, seria, ainda assim, vantajosa a realização do acordo com o clube turco, bem como o pagamento das comissões de intermediação inerentes, garantindo assim a poupança nos salários anuais, na ordem dos 2,7 milhões de euros, que teriam de ser liquidados, consecutivamente, nas épocas 2022/23, 2023/24 e 2024/25. Adicionalmente, é referido que depois de consultada a equipa técnica, designadamente o treinador principal, concluiu-se que o jogador não oferecia garantias de um desempenho desportivo que justificasse o custo assim poupado", pode ler-se no documento da auditoria.

Na época anterior à transferência definitiva, Sérgio Oliveira fez 24 jogos, com cinco golos e uma assistência, até sensivelmente meio da temporada, altura em que rumou à Roma por empréstimo, cumprindo 22 jogos com três golos e uma assistência.

Entre 2019/20 e 2020/21, Oliveira foi um jogador fundamental na equipa azul e branca, depois de ter estado emprestado ao PAOK em 2018/19. Atualmente, representa o Olympiacos, equipa que brevemente visita o Dragão, em jogo a contar para a Liga Europa.

Ainda no anexo relativo ao médio, a auditoria anotou uma dívida de 245 mil euros à Foremost, que no total acordou o recebimento de 324,5 mil euros por encargos de intermediação na transferência para a Turquia, apesar de ter sido celebrado um novo acordo de pagamento, depois de a SAD assinar uma confissão de dívida.

A PP Sports, empresa de Pedro Pinho, foi a outra entidade envolvida na intermediação da transferência para o "Gala", num valor acordado de 787,5 mil euros. Ou seja, de forma agregada, as comissões equivaleram a 37% do valor da transação, quando os referenciais da FIFA apontam a 10%.

Os auditores também notaram que, ainda em janeiro de 2015, o contrato de Sérgio Oliveira com o FC Porto foi assinado no mesmo dia em que se celebrou um acordo de intermediação com a empresa Vela Management, que visava conduzir as negociações para este mesmo contrato de trabalho desportivo.