Guarda-redes e capitão, Cajó ajudou o Vilaverdense a quebrar série de três derrotas com um empate a zero frente ao Trofense
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Olhar para o copo meio cheio ou meio vazio é o desafio atual do Vilaverdense. Depois de três derrotas seguidas, os minhotos lograram empatar, sem golos, na receção ao Trofense, na estreia do treinador João Nivea. Ainda assim, o triunfo não aparece há oito encontros, mas Cajó, guarda-redes, encontra sinais animadores no lanterna-vermelha da Série A.
“As sensações foram positivas e a equipa ficou mais estável. Jogámos de uma maneira diferente, controlámos o jogo consoante o plano do míster e tínhamos o Trofense onde queríamos. Tentámos sempre aquela oportunidade para fazer o golo, o que acabou por não surgir, mas demos o passo importante de não sofrer golos”, analisa o capitão de equipa que, aos 35 anos, cumpre o quarto ano seguido em Vila Verde. “Já estávamos a jogar com três defesas [3x5x2] nos últimos jogos, o João Nivea tentou alterar algumas coisas, que não estavam tão bem. Jogámos num 3x4x3 com muito rigor, os jogadores sabiam o que tinham de fazer e o efeito da mudança foi positivo, conseguimos estar mais estáveis. O Trofense teve duas oportunidades e não chegou com tanto perigo à nossa baliza, pois tivemos o jogo controlado”, recorda.
A corda ao pescoço que tem persistido desde o arranque da temporada faz com que Cajó sinta que este tem sido o percurso “mais difícil” desde que assinou pelo Vilaverdense. “O clube está em reestruturação, começámos a época na semana do primeiro jogo e isso acaba por ter influência na nossa época desportiva, pois o plantel foi formado em cima do joelho”, explica. “Tivemos pré-época em competição e isso acaba por ter influência. Agora não tanto, porque já fizemos alguns jogos e temos mais ritmo, mas no início prejudicou um bocadinho”, argumenta.
Ciente da realidade, a permanência é a única luz que guia a equipa. “Já só conseguimos olhar para a fase de permanência, a fase de subida está muito difícil. Temos de aproveitar os jogos que faltam para melhorar e preparar a equipa para a última fase”.
O capitão aproveita a experiência para “ajudar” os mais novos e não pensa na reforma. “Sinto que cada vez estou melhor. Fisicamente estou bem e com a experiência torno-me melhor guarda-redes a cada ano . Com a vivência de jogos e treinos, o amadurecimento acaba por ter vantagens”, opina. “Não estabeleci nenhuma idade para mudar de rumo. Enquanto tiver capacidade para ajudar, vou manter-me. Quando começar a sentir que estou a mais ou a tirar o lugar a alguém, começo a pensar em acabar”.
Vila Verde foi palco dos momentos mais felizes
Cajó já viveu de tudo em Vila Verde. “É o clube mais marcante. Estreei-me na II Liga, tive duas subidas de divisão consecutivas, marquei um golo aos 90’+8’ e esse ponto acabou por ajudar às contas da ascensão”, recorda. Cláudio Ramos e Rabiola foram colegas de equipa que chegaram a outros patamares, enquanto nos ídolos cabem dois jogadores marcantes em Portugal. “Vítor Baía, Casillas e Neuer são as minhas referências no futebol”, elenca.