Sobre as críticas que tem recebido por deter uma participação significativa na SAD, pelo que vai (futuramente) beneficiar desta oferta, Luís Filipe Vieira recorda que está no clube há quase 20 anos e que considera que o seu trabalho deve ser respeitado
Corpo do artigo
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, considerou que a OPA lançada recentemente pela Benfica SGPS sobre a SAD 'encarnada', para controlar até 95% do capital, é "o melhor negócio de sempre" do clube da Luz.
A oferta pública de aquisição (OPA) parcial sobre 28% do capital da SAD, lançada em 18 de novembro, implica um investimento na ordem dos 32 milhões de euros e, caso seja bem sucedida, pode reforçar a posição da Benfica SGPS para até 95% do capital da entidade que está cotada na bolsa de Lisboa. A última avaliação publicada pela consultora KPMG, em maio último, avalia a SAD 'encarnada' em 334 milhões de euros (montante que resulta da média da avaliação de três épocas, entre 2015/16 e 2017/18), enquanto a oferta de 32 milhões de euros por 28% que está agora em cima da mesa avalia a Benfica SAD em 115 milhões de euros.
"Só para lhe dar um exemplo flagrante daquilo que estou a dizer, há um clube europeu, que jogou há pouco tempo connosco, que é o Lyon [adversário do Benfica na Liga dos Campeões], em que recentemente 20% do clube foi vendido por 100 milhões de euros. Agora, as pessoas que tirem as ilações que quiserem", salientou o dirigente, deixando antever que a SAD das águias tem um valor muito superior ao congénere francês.
O dirigente vincou também que, caso a OPA tenha sucesso, o Benfica "passa a tomar decisões por ele próprio", e apontou para a possibilidade de haver futuramente uma alienação de parte do capital da SAD a um parceiro estratégico, gerando uma significativa mais valia face aos valores envolvidos nesta operação.
11566909
"Se o Benfica, um dia, entender que tem que ter um parceiro estratégico, como outros têm, pode ter. O Bayern Munique tem a Allianz, tem a Audi, tem a Adidas, e o Benfica também poderá sonhar em ter um parceiro estratégico. E não tem a necessidade de ter 27 ou 28% em mãos que nós não controlamos. A partir desse momento, o Benfica controla o seu futuro", disse ao canal de televisão do clube.
Sobre as críticas que tem recebido por deter uma participação significativa na SAD, pelo que vai (futuramente) beneficiar desta oferta, o líder dos encarnados disse que está no clube há quase 20 anos e que considera que o seu trabalho deve ser respeitado, até porque entrou quando o clube estava "praticamente falido", ao contrário da atual situação.
"As decisões que tomei no Benfica foram muito profundas. A visão que tive para o Benfica é bem evidente nestes anos. O Benfica criou infraestruturas como nunca teve, está com uma situação financeira como nunca teve, desportivamente também acho que o Benfica está muitíssimo bem, e caminha para consolidar tudo o que era o seu passado desportivo", apontou.
E rematou: "Em 2001 coloquei quatro milhões de euros [para a constituição da SAD] e o que vier a receber um dia é meu. O dinheiro é meu, da minha família e dos meus filhos. Mereço mais respeito por tudo o que estou a fazer. O Benfica está como nunca esteve. Trabalhei para que o Benfica seja um clube credível."