Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol explica que o insulto não se deu por provado
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Santiago Colombatto foi ilibado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol no caso de alegado insulto racista proferido a Pepe, central e capitão dos dragões, a 4 de maio de 2023, em encontro entre FC Porto e Famalicão, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. .
De acordo com o CD, não foi possível provar que o médio argentino chamou mono [macaco] ao internacional português. "Aqui chegados, da materialidade dada como provada não resulta, por não se ter demonstrado, que após o minuto 87 de jogo, quando se encontrava caído no terreno de jogo, o jogador Santiago Colombatto tivesse olhado na direção do jogador Pepe e proferido, na sua direção, a palavra «mono». Por tal razão, atenta a factualidade considerada provada, da mesma não emerge demonstrada a prática de qualquer infração disciplinar pelo jogador arguido, em virtude do que, não se mostrando preenchidos os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar previsto e sancionado pelo artigo 159.º do RDLPFP, resta concluir pela improcedência da acusação, assim se impondo a absolvição do arguido Santiago Colombatto", pode ler-se no acórdão.
"Mais afirma a acusação que, posteriormente, após ter tomado banho, o jogador Pepe encontrou o jogador Santiago Colombatto e o Presidente da Famalicão SAD à saída do balneário e nesse instante o jogador ora arguido explicou ao Pepe o que lhe tinha dito e tentou pedir desculpas pelo seu comportamento, mas não admitiu que tivesse proferido a expressão 'mono' na direção do jogador Pepe, razão pela qual este não aceitou o pedido de desculpa daquele", lê-se ainda.
Jhonder Cádiz, que saiu em defesa do colega de equipa na altura, afirmando que presenciou os factos, que é venezuelano e que fala espanhol, garantiu que o que Colombatto disse foi: "Me diste um patadon, boludo'". De acordo com o documento, a tradução dessas palavras poderá significar "deste-me uma porrada, idiota/estúpido ou, em alguns contextos, amigo".
"Tanto a testemunha Andrés Villa [Matheus Uribe, na altura jogador do FC Porto], como a testemunha Luís Gonçalves [administrador da SAD portista], afirmaram, precisamente, que este jogador, Cádiz, efetivamente, se encontrava junto aos jogadores Pepe e Colombatto, o que, naturalmente, reforça a credibilidade do seu depoimento", pode ainda ler-se no documento.
Pepe pode ainda recorrer da decisão para o Conselho de Justiça ou para o Tribunal Arbitral do Desporto.
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