Coimbrões após a tormenta: "Falámos sobre isso, mas penso que no Sporting foi bem mais grave"
Triunfo na Régua quebrou ciclo de três derrotas seguidas e deu alento a um plantel que se “uniu ainda mais”, depois da invasão dos adeptos
Corpo do artigo
Foi a 30 de setembro que a normalidade do Coimbrões se viu agitada com uma invasão de adeptos ao treino da equipa que, na véspera, tinha somado a quinta derrota em seis jogos na série B do Campeonato de Portugal. Na altura, Kaby, então treinador adjunto, terá sido agredido e o tumulto desencadeou a demissão da Direção liderada por André Moreira. Entretanto, o treinador Miguel Fernandes saiu e Kaby Djaló está a assegurar a transição. Quase um mês depois, os gaienses voltaram a ser felizes, ao somarem o segundo triunfo no CdP, após terem ganho, por 3-2, na Régua. Miguel Serrão marcou um dos golos e admite que os três pontos serão importantes para trazerem “confiança”. “É uma ajuda enorme para os próximos jogos. Depois do que se passou, achei que alguns colegas pudessem sentir algum receio, mas o grupo reagiu muito bem”, garante.
Para trás recorda um final de tarde “estranho”, aquando da invasão. “No final do jogo do Beira-Mar, fomos aplaudir os adeptos, o treinador foi insultado e terá reagido. No dia seguinte, houve aqueles desacatos que não terão sido tanto para visar os jogadores, pois a verdade é que temos sentido sempre o apoio dos adeptos”, comenta, deixando, no entanto, críticas: “É óbvio que os adeptos têm todo o direito de protestar, mas agressões não podem fazer parte do futebol”.
Depois disso, viu uma equipa a “continuar a trabalhar normalmente” e, apesar da Direção estar demissionária, assegura que nada falta no dia a dia. “O presidente tem estado sempre presente, mesmo depois de ter pedido a demissão. São impecáveis e não faltam com nada. São incríveis”, elogia.
De resto, no balneário comparou-se a invasão ao Coimbrões com a invasão à Academia de Alcochete, em 2018: “Falámos sobre isso, mas penso que no Sporting foi bem mais grave. No Coimbrões, acabou por não ter nada a ver com os jogadores”.
Contratado ao Forjães (AF Braga), o avançado de 25 anos, que se estreou a marcar, sente-se feliz pela oportunidade de jogar no CdP e espera “poder fazer um ano que seja como um trampolim”. “Sou um extremo completo, sei jogar por dentro, por fora, nas duas alas, a número dez, só não sou bom a ponta-de-lança, já que não sou muito forte no jogo aéreo, mas tenho bom remate, sou veloz e forte nas bolas paradas”, descreve.