Já após Varandas ter revisto e limitado salários até 1 M€/época, o capitão prolongou o vínculo, mas não teve melhoria salarial.
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Um dos quadros mais antigos do atual plantel do Sporting, Coates insiste em vestir a pele de herói com golos em cima dos apitos finais - é, até ver, o defesa mais goleador da Liga NOS, com quatro tentos -, e tem uma história de fidelidade com o clube ao qual chegou em 2016, então por empréstimo do Sunderland. Para lá de ter pegado de estaca no onze, somando, nesta altura, 229 duelos de leão ao peito, recusado rescindir contrato no pós-ataque a Alcochete, em 2018, e de ter sido premiado com a braçadeira posteriormente de capitão, o compromisso do uruguaio com os verdes e brancos conta-se com outra recordação, neste caso a renovação de contrato que celebrou em janeiro de 2020 e na qual... não pediu qualquer aumento no seu ordenado.
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Num diálogo fácil com a administração liderada por Frederico Varandas, que para 2019/20 tinha definido o limite salarial - havendo exceções - de 1 milhão de euros face ao processo de reestruturação da SAD, agravado com o impacto da covid-19, Coates aceitou prolongar a ligação aos verdes e brancos de 2022 para 2023, deixando ainda em aberto a possibilidade deste prazo ir até 2024, caso as partes assim o entendam. Com altas responsabilidades no plantel, o central acabaria, pouco depois desta assinatura, por liderar, em conjunto com o outro capitão, Mathieu, as negociações para um corte de 40% dos ordenados do plantel, devido à necessidade de mitigar os efeitos que o coronavírus veio trazer ao desporto.
Veículo de experiência numa equipa com muita juventude, a tranquilidade que Portugal lhe dá, a si, à mulher e aos dois filhos, também foi fundamental para que o sul-americano compreendesse a conjuntura, não obstante de se manter fiel ao Sporting.
"Portugal é um país muito parecido ao Uruguai, o que faz com que esteja muito cómodo, tal como a minha família. E no futebol, quando as coisas te saem bem, claro que também ajuda. Desde que cheguei ao Sporting, joguei sempre", disse Coates, numa grande entrevista concedida recentemente ao "Ovación", mostrando precisamente essa satisfação.
"Portugal é um país muito parecido ao Uruguai, o que faz com que esteja muito cómodo, tal como a minha família. E no futebol, quando as coisas saem bem, claro que também ajuda"
No que aos números diz respeito, e para lá de, contra o Santa Clara, ter atingido em 29 jogos os mesmos seis golos que fez na última época, mas em 40, Coates continua a ser o único jogador totalista da Liga NOS que não um guarda-redes, para além de se poder isolar na 36.ª posição dos jogadores mais utilizados na história do clube já no sábado, diante do Tondela, ultrapassando Chico Faria.