Jogador uruguaio está a ser tentado pelos milhões da Arábia Saudita e antigos centrais entendem que o Sporting não deve fechar a porta; Morato, Pedro Barny e Tonel, antigos defesas, reconhecem a importância do capitão para a equipa, mas lembram que não há "insubstituíveis" e que os leões têm no plantel soluções para o lugar.
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Sebástian Coates tem contrato com o Sporting até 2024, mas tem sido assediado por vários clubes da Arábia Saudita, estando nesta altura a avaliar os valores em causa (e, já se sabe, são elevados) e a melhor solução para o seu futuro. O Sporting também tem conhecimento do interesse dos principais emblemas daquele país no internacional uruguaio - Al Nassr, Al Hilal e Al Ittihad - e durante o próximo mês, juntamente com o central, irá tomar uma decisão. Recorde-se que Coates tem uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Capitão de equipa, é um dos jogadores mais respeitados no balneário e pelos adeptos é a extensão de Rúben Amorim no relvado.
Mas pela importância que assume no plantel, deve a SAD leonina travar a saída do jogador, obrigando-o a cumprir o ano de contrato que ainda tem? Deverá o Sporting investir na contratação de outro central se se confirmar a transferência? O JOGO ouviu três antigos defesas centrais do clube e estes consideram que seria uma má decisão impedir a transferência de Coates.
Defendem que o "pior" seria ficar no clube "contrariado". "Trata-se de um jogador importante, mas se decidir dar outro rumo à sua carreira penso que o Sporting não lhe deve colocar entraves. Para o jogador, clube, adeptos e colegas, o pior que poderia suceder seria ficar no clube e contrariado. Não me lembro de um jogador que tenha resultado num clube, depois de esse clube ter recusado a sua saída. Decididamente, não é uma boa política", disse Morato, antigo central e capitão dos leões. Uma ideia partilhada por Tonel, também antigo jogador do Sporting.
"É importante, mas não é insubstituível. Se o Sporting for ressarcido, tudo bem. Passa tudo pela vontade do Coates. Se o jogador quiser sair, o clube terá de estipular um valor e o clube que o levar terá de pagar. É simples. Tê-lo contrariado no clube é que não. Insubstituíveis, só o Messi, o Ronaldo e o Mbappé", atira o jogador que vestiu durante cinco temporadas a camisola verde e branca.
Tonel lembra ainda que os leões têm no plantel jogadores com perfil para substituírem Coates. "Para jogar no meio, é o Gonçalo Inácio ou o Diomande. Depois, há o Neto, o Matheus Reis... mas isso são questões para o Rúben Amorim. Ele é que terá de fazer a gestão do grupo", reagiu. "Coates tem um passado no clube, mas o futebol tem este lado do negócio. As SAD têm contas para apresentar e, por vezes, têm de pensar mais no lado financeiro", comenta Pedro Barny, jogador que defendeu as cores do Sporting na época 1992/93. Barny recorda ainda que na temporada transata, Coates também falhou vários jogos e não foi pela defesa que o Sporting quebrou.
"O Coates teve algumas lesões e o Rúben Amorim conseguiu resolver o problema. Acho que não foi pela defesa que as coisas quebraram", explicou, referindo que no futebol a "renovação" é uma "constante". "É um jogador importante mas os jogadores passam e as equipas têm de funcionar. Não há insubstituíveis", acrescenta Pedro Barny.
Morato vai mais longe: "Se o Coates sair, o Rúben Amorim tem outras soluções para o sector. Sendo um jogador importante para a equipa, o Coates não é eterno. Prender um jogador deu sempre chatices, não me lembro de uma vez que tivesse dado bom resultado. Em determinados momentos, o Coates falhou. Os jogadores passam e o clube fica...".