Guarda-redes do FC Porto, em exclusivo a O JOGO, faz um balanço à época que agora termina e projeta um 2025/26 mais positivo
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Um troféu conquistado (Supertaça), no primeiro jogo oficial, é pouco para um clube com as ambições do FC Porto e, como tal, Cláudio Ramos admite que esta foi uma época “difícil”. Porém, em entrevista exclusiva a O JOGO, o guarda-redes garante que não foi por falta de empenho que a equipa fracassou, embora admita que as duas derrotas com o Benfica envergonharam. No Mundial que está à porta espera que os dragões consigam dar outra imagem.
Terminou a quinta temporada no FC Porto, que terá sido a mais difícil. Onde é que o grupo falhou?
—Todas as épocas que não acabam com a conquista do título são difíceis para todos e, especialmente, para nós, jogadores, que trabalhamos todos os dias para dar essas alegrias e títulos aos adeptos. Este, além de tudo, foi um ano de transição, mesmo em termos de plantel, e não foi por falta de vontade ou empenho que falhámos os objetivos. Fomos muito penalizados em cada erro que cometíamos. Lembro-me dos golos sofridos nos descontos de forma quase consecutiva que muitas vezes deitavam abaixo todo o excelente trabalho produzido durante esses jogos.
O jogo com o Nacional, em que podiam ter passado para a frente do campeonato, foi o momento-chave do campeonato?
—Não foi o único, mas foi dos mais importantes. Chegamos bem ao fim da primeira volta e sentíamos que era o nosso momento de passar para a frente. Tudo o que aconteceu em torno das duas viagens à Madeira penalizou-nos muito para o que se seguiu. O grupo sentiu o peso de não ter conseguido dar a resposta que os adeptos desejavam e passar para a liderança da liga nesse momento.
As duas derrotas com o Benfica foram as que mais custaram a digerir?
—Foram dois momentos em que essencialmente senti o peso que uma derrota destas tem para os nossos adeptos. Qualquer derrota é pesada para o FC Porto, mas estas, com os rivais e da forma que foi, deixam-nos envergonhados.
Que mensagem pode deixar aos adeptos em relação à próxima temporada? É impensável voltar a não ganhar títulos?
—O nosso trabalho é em cima de boas expectativas e de muito esforço. Esperamos ter aprendido com todos os erros para não os voltar a cometer. Acima de tudo isso. Temos capacidade para fazer muito melhor e voltar a conquistar os títulos que os nossos adeptos merecem.
Antes vem aí um inédito Mundial de Clubes. O que se pode esperar do FC Porto? Passar a fase de grupos é o mínimo?
—Não olho para o Mundial com objetivos mínimos. Queremos dar uma imagem do que é a força do FC Porto no mundo do futebol e, por isso, esperamos ir ganhando jogos e progredindo numa competição em que estão as melhores equipas. Queremos ir o mais longe possível.
Que opinião tem dos adversários: o Palmeiras, de Abel Ferreira, o Inter Miami, de Messi e Suaréz, e do Al Ahly?
—Representam três países com culturas de futebol diferentes e vamos ter que nos adaptar a cada uma delas. É por demais conhecida a força do Palmeiras desde que é orientado pelo míster Abel Ferreira, o Inter Miami joga em casa e tem Messi… E a equipa egípcia representa sempre um futebol rápido e técnico, ainda que menos conhecido na Europa.
Esta “mini pré-época” antes da prova vai ser fundamental para o grupo se adaptar às ideias do treinador ou isso já não é questão?
—Diria que servirá para consolidar e trabalhar sobre uma ideia de jogo a que todos querem dar a melhor resposta dentro de campo.
Que diferenças sentiu quando foi chamado a jogo?
—Senti que, dentro das dificuldades da época, todos os colegas estavam empenhados em dar tudo em campo para cumprir o que lhes era pedido. Houve momentos em que correu melhor, outros pior, mas sempre com o foco em tentar assimilar e cumprir o que era pedido pelo treinador.