Receção ao Manchester United permite ao recinto portista atingir uma marca histórica. Taxa de sucesso é superior a 76%. “Red devils” foram o primeiro rival europeu, há 20 anos. Após desaire na Noruega, equipa de Vítor Bruno conta com o apoio do público para retificar esse resultado e entrar na luta pelo apuramento.
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Quis o destino que o primeiro convidado europeu do Dragão, a 25 de fevereiro de 2004, na terceira vez em que o “novo” recinto portista abriu as portas, apadrinhe, pouco mais de 20 anos depois, o jogo 500 da história do recinto. Um adversário de luxo, num número redondo da casa dos azuis e branco e num duelo que mais parece de Champions - trata-se de dois dos clubes com mais presenças nessa prova - e em que os adeptos portistas esperam festejar a vitória que colocará a equipa no caminho do apuramento desta nova Liga Europa. Dificilmente o FC Porto poderia desejar melhor padrinho para este encontro histórico, desde logo por ter sido, como dissemos, o primeiro rival europeu a jogar no Dragão, mas também porque vão estar em campo duas equipas com enormes pergaminhos na alta roda do futebol: são 15 troféus internacionais, sete conquistados pelos portistas e oito pelos ingleses. Também por isso, as casas de apostas colocaram dragões e diabos vermelhos entre os favoritos a passar diretamente aos “oitavos” e mesmo a conquistar o troféu. Será o jogo cabeça de cartaz desta ronda e uma montra, sem os holofotes da Champions, mas igualmente mediática, para muitos jogadores se mostrarem, ainda mais, aos atentos observadores dos “tubarões”. Diogo Costa, Alan Varela, Galeno e Pepê já foram apontados a clubes ingleses no passado recente, por exemplo, e este é daqueles jogos que valorizam os jogadores.
A lotação está esgotada para o regresso de Diogo Dalot e Casemiro a uma casa que bem conhecem, sem esquecer o capitão dos “red devils”, Bruno Fernandes e o também ex-leão Ugarte. Depois das entradas em falso das duas equipas - o FC Porto perdeu na Noruega, o United empatou em casa com o Twente -, a pressão é grande e os dragões contam com os adeptos para vergar uma equipa que há 20 anos esteve a ganhar na Invicta, mas acabaria por perder por 2-1, com um bis de Benni McCarthy. Essa caminhada, recorde-se, levou os dragões até Gelsenkirchen. Agora, o destino desejado fica bem mais perto, Bilbau, palco da final da Liga Europa, mas para não complicar as contas de um apuramento que agora é bem mais difícil, a formação orientada por Vítor Bruno precisa de somar os três pontos. No United, as coisas não estão melhores. Pelo contrário. Igualado o pior arranque da história, a “cabeça” de Ten Hag está a prémio e o resultado desta noite pode, muito bem, ditar o seu futuro na equipa. Sublinhe-se, ainda, este facto: os ingleses venceram apenas um dos últimos nove jogos em provas europeias.
Lançados os dados deste duelo de titãs, voltemos ao Dragão e à marca que vai atingir esta noite. Importa dizer que o FC Porto tem no seu estádio uma fortaleza, apresentando uma percentagem de vitórias (382) superior a 76%. Registaram-se ainda 68 empates e 49 derrotas com 1106 golos marcados e 329 sofridos em partidas oficiais. Helton continua a ser o jogador que mais vezes lá atuou, 159, e Jackson Martínez o artilheiro-mor, com 49 golos. O Leiria foi o primeiro adversário a subir as escadas de acesso ao relvado, apenas duas semanas antes da já referida visita do United que, recorde-se, voltaria o Dragão em 2009 para ganhar por 1-0 com um golo que valeu a Cristiano Ronaldo o prémio “Puskas”.