Nos vários esquemas utilizados por Keizer em 2018/19 não cabia um segundo avançado, a posição predileta do reforço. As dinâmicas podem mudar.
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O Sporting começou a trabalhar cedo no plantel da próxima temporada (Neto foi garantido a custo zero logo no início do ano) e a segunda contratação para 2019/20, o argentino Luciano Vietto, abre novas possibilidades e questões táticas aos leões.
Alfio Basile testemunhou o aparecimento do avançado no Racing, em 2011.
Embora seja um avançado, o ex-Fulham tem feito carreira longe da posição 9, sem viver a solidão na área dos tradicionais "pinheiros", um posicionamento que poderá requerer a Marcel Keizer, para melhor aproveitar as características do argentino, alterações táticas ou, no mínimo, das dinâmicas de jogo.
Vietto rende acima de tudo como segundo avançado, como dá conta a O JOGO Alfio Basile, antigo técnico do argentino, mas nesta última época os leões jogaram sempre só com um avançado de raiz (Bas Dost ou Luiz Phellype), com Bruno Fernandes ou Wendel em posição mais recuada (os golos do português "enganam" quanto ao seu posicionamento e funções, com grande influência na organização e construção, papéis para os quais Vietto não está tão bem "artilhado").
"Pode jogar como um 9 recuado, atrás de outro avançado de área. Não é um ponta-de-lança grandalhão para chocar contra os marcadores centrais, mas sim para se envolver em jogo coletivo com os médios e depois surgir na área para marcar. É um miúdo que pode movimentar-se por toda a frente de ataque. Desequilibra pelos flancos com velocidade e pode assistir, fazer a diagonal e chegar à área para finalizar. É daqueles que marcam de surpresa, pois tem intuição e sabe aparecer no momento certo", conta ao nosso jornal o histórico técnico argentino Alfio Basile, que testemunhou a promoção de Vietto ao plantel principal do Racing de Avellaneda, em 2011/12 (só se estreou, contudo, já pela mão de Diego Simeone).
Nas costas de um 9 clássico e a aproveitar os espaços para surgir em velocidade e baralhar marcações é como melhor se dá o ex-Fulham
Vietto não implica rigidez tática ou posicional, como salienta Basile, que recorda que o seu antigo pupilo pode jogar pelos corredores do ataque, embora com prioridade aos movimentos diagonais e não aos de extremo. "Quando estive no Racing, o Vietto estava a começar a carreira e tinha à frente dele vários avançados que já estavam consolidados, como o Teo Gutiérrez ou o Hauche, mas já se via que tinha qualidades. Depois irrompeu na equipa e destacou-se imediatamente, porque é um avançado rápido e com golo. Tem muito potencial; se lhe derem confiança e continuidade, vai poder explorá-lo", recomenda Alfio Basile.
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Phellype certo e Dost por resolver
Nesta fase de reconstrução do plantel para a nova temporada, o Sporting conta, até ver, com três avançados (Luiz Phellype, Luciano Vietto e Bas Dost), mas o holandês está no mercado e pode ainda rumar a um novo projeto.
A saída do matador que na segunda metade da última temporada perdeu o lugar para o brasileiro levará, em princípio, a uma reposição. Mas enquanto Dost não sai, o dinheiro da sua venda não entra (nem, por enquanto, o da previsível saída de Bruno Fernandes), situação que leva a um impasse na definição do próprio plantel.