Antunes cruzou-se com o treinador no Paços de Ferreira e acredita que, em Barcelos, encontrará condições de estabilidade capazes de o projetarem para outros voos
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Antunes, de 38 anos, terminou a carreira de futebolista no final da última temporada, ao serviço do Paços de Ferreira, clube em que se cruzou com César Peixoto no banco. Sobre o atual treinador do Gil Vicente, que assumiu a equipa nas 11 últimas jornadas da I Liga de 2024/25, segurando os galos no principal escalão, não poupa nos elogios. A O JOGO, o ex-lateral-esquerdo, campeão nacional pelo Sporting, resume a imagem com que ficou. “É um treinador perfecionista, trabalha tudo ao detalhe e tem um entendimento do jogo e dos adversários acima da média, adaptando as suas ideias ao adversário. É muito bom no que faz”, sintetiza.
Lateral-esquerdo despediu-se dos relvados no final da última época e projeta agora o futuro como treinador. Sobre o timoneiro gilista, gaba-lhe a proximidade com os jogadores e as ideias fortes.
Apesar do percurso algo instável, ainda que demonstrando sempre resiliência para voltar à tona do futebol nacional, e as duas passagens por Paços de Ferreira no mesmo ano são até exemplo disso, Antunes sublinha o traço de personalidade que faz a diferença. “Ele acredita muito no seu trabalho e no potencial que tem. Os treinadores, por vezes, são mandados embora sem qualquer fundamento, e faz parte, daí ele ter de reerguer-se várias vezes. Mas acredito que chegará o momento em que terá a estabilidade necessária para conseguir subir na carreira”, acrescenta. Talvez no Gil Vicente, clube que César Peixoto representou como jogador e no qual foi capitão. Antunes, pelo menos, acha que sim, embora deixe um aviso. “Provavelmente, este será o projeto ideal para ele, mas, por vezes, a ligação emocional não é uma vantagem. Neste caso, se o deixarem trabalhar e confiarem nele, acredito que poderá fazer uma ou duas épocas boas”.
“[César Peixoto] Costumava dizer ‘máxima liberdade, máxima responsabilidade’”
Questionado sobre como é César Peixoto na relação com os jogadores, Antunes destacou a proximidade. “Ele é um treinador de ideias vincadas, mas dá liberdade aos jogadores, desde que haja responsabilidade. Costumava dizer ‘máxima liberdade, máxima responsabilidade’”, conta. O ex-lateral confessou-se surpreendido com o despedimento em Moreira de Cónegos, na temporada passada. “O Moreirense não estava mal, mas, como todos querem estar acima, o 12.º lugar já é mau para uma equipa pequena, daí não haver estabilidade nos treinadores, e muito menos nos resultados das equipas”, criticou.
A finalizar, Antunes enalteceu outra característica de César Peixoto. “Mostrou coragem ao assumir o Gil Vicente naquela fase. E correspondeu bem, fazendo bons resultados e salvando o Gil [da descida]. Espero que esta época seja positiva para ele e para a equipa”, rematou.