Paulo Meneses, presidente do Paços de Ferreira, confessa ceticismo quanto ao impacto real das futuras receitas mais generosas dos direitos televisivos
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Paulo Meneses, presidente do Paços de Ferreira, não está muito otimista quanto ao impacto da centralização dos direitos televisivos, e consequente distribuição mais equilibrada de verbas, na competitividade do futebol português.
"Podemos duplicar a receita, mas a dificuldade vai ser a mesma, porque basta que haja um clube em Portugal a furar o princípio e a começar a pagar mais, para que todos os outros tenham de acompanhar isso", explicou, numa entrevista partilhada este fim de semana pelos canais do clube.
O importante, reforça, seria apostar noutros aspetos de forma a evitar concorrência desleal entre clubes. "Em Portugal não existe regulamentação de tetos salariais. E fiscalização, para que não se possa entrar em contratos paralelos, que é coisa que o Paços não tem, pagando de forma dissimulada, em direitos de imagem, por exemplo."
Se não houver regulamentação, com limites de gastos devidamente fiscalizados, os clubes vão viciar depressa as vantagens de uma distribuição mais equatitativa das receitas televisivas.
Os clubes de média/pequena dimensão em Portugal estão asfixiados por dificuldades, o que os deixa dependentes dos caprichos de investidores estrangeiros. "Não consigo perceber como é que a Liga, que é rentável por mérito de quem a lidera e da estrutura que lá está, tem um orçamento de gestão superior ao Paços de Ferreira", exemplifica, sublinhando as dificuldades para garantir crédito junto da banca. "Alguns conseguem, e não quero acreditar que seja por influências..." Meneses continua a defender que os pacenses evitem transitar para um modelo de SAD, mas, se um dia o fizerem, "que seja por opção e não necessidade".
Dificuldades em contratar
Partilhada este fim de semana pelo Paços, a entrevista ao presidente está ultrapassada nalguns pontos. "Na primeira derrota em casa, e sei que vamos tê-las, espero que os sócios apoiem", diz a dada altura. Nem de propósito: a primeira derrota foi logo no primeiro jogo. Admitindo dificuldades em contratar, Meneses lamentou as críticas de alguns sócios. Os valores de venda de jogadores que saem na Imprensa "são falsos", e dão a ideia de um clube "a nadar em dinheiro", o que não é verdade. Na altura em que deu a entrevista, admitia mais "três ou quatro" reforços. Koffi e Kayky, entretanto, chegaram...
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