Terminada a carreira como futebolista, o antigo médio vai integrar em breve a estrutura dos dragões. Oito títulos, sete clubes, 530 jogos e apenas uma expulsão. Um exemplo de profissionalismo e liderança reconhecido pelos seus pares. Esperou pela permanência para anunciar internamente a decisão.
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O desejo de Castro será cumprido. No dia em que anunciou o fim da carreira enquanto futebolista profissional, o agora ex-médio abriu as portas à continuidade no clube. “Futuro? Será ligado, espero que para sempre, ao FC Porto”, referiu nas entrevistas que deu no Dragão, antes de ser homenageado pelo clube em que começou e acabou a jogar futebol profissional. O cargo que ocupará a curto prazo ainda não está definido, mas O JOGO pode confirmar que é também intenção da administração liderada por André Villas-Boas aproveitar o perfil e o portismo de André Casto, que será integrado na estrutura do clube, podendo passar por estar ligado a uma equipa técnica da formação ou até mesmo da equipa B, onde foi capitão esta temporada e uma figura respeitada por todos.
Aos 37 anos, Castro decidiu arrumar as chuteiras, mas só depois de confirmada a permanência na II Liga. “Foi tudo decidido à última, mas rapidamente porque era algo que tinha na cabeça. Como a nossa posição era complicada, não quis passar nada. Só após estar resolvido é que falei com quem de direito no FC Porto. Uma parte de mim morre e não tem volta a dar”, desabafou, prometendo manter-se fiel aos seus princípios nas novas funções. “Poucos jogadores acabam aqui a carreira, acho que sou o primeiro ‘normal’ a ser homenageado e não é seguramente só pelo que fiz dentro do campo. Espero continuar a ser boa pessoa. Não tem nada a ver com querer ganhar, vou querer continuar a ganhar e quero continuar a incutir isso”.
Castro começou a jogar à bola nas escolinhas do Gondomar em 1997, passando para o FC Porto três anos depois, nos sub-13. A ligação seria quebrada apenas em 2014, quando assinou a título definitivo pelos turcos do Kasimpasa. Sete épocas depois, com passagem pelo Goztepe pelo meio, regressou a Portugal pela porta do Braga. Antes de voltar a casa, fez uma época no Moreirense. Antes, jogou cedido pelos dragões, no Olhanense e no Gijón. Fez 530 jogos, marcou 48 golos e só foi expulso uma vez em toda a carreira (ao serviço do Goztepe). Conquistou oito títulos: uma Liga Europa, três campeonatos, duas Taças de Portugal, uma Supertaça e uma II Liga.
Fernando Reges, Josué, Galeno, Toni Martínez, Kelvin, Orlando Sá, Fábio Martins, Sapunaru, Cândido Costa, Jackson Martínez, Edinho, Danilo Luiz e José Sá foram apenas alguns dos ex-companheiros que lhe deixaram uma mensagem nesta despedida.