Tido como figura rebelde, o internacional chileno, que vai estar às ordens de Rui Vitória, não se coibia de tocar bombos nos estádios e mesmo quando estava ao serviço do Pumas manteve a mesma faceta.
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Prestes a ser oficializado como reforço do Benfica, Castillo não é só conhecido pelos golos que marca e pela garra que mostra dentro das quatro linhas. A ligação do avançado chileno ao desporto-rei foi hereditária e a paixão pela Universidad Católica, clube no qual foi formado, deve-se ao avô, que o levou pela primeira vez ao Estádio San Carlos de Apoquindo. Por outro lado, o irmão mais velho, Diego, adensou o fanatismo pelo emblema chileno, levando-o para o mundo dos barra bravas, movimento de adeptos ultras. Trata-se uma faceta que nunca escondeu e na qual sente orgulho, não se furtando até a tocar os bombos durante os jogos. "É tudo o que um adepto ambiciona: passar da bancada para defender o clube que ama, em campo", explicou no passado o irmão Diego.
Aliás, o amor pela Universidad Católica é tão grande que quando terminava os seus jogos das camadas jovens recusava-se a descansar, pois a prioridade era dirigir-se para as bancadas sempre que os jogos da equipa principal eram posteriores aos seus. E já em processo negocial com o Benfica, de férias no Chile, há quase duas semanas, Castillo assistiu ao clássico Universidad Católica-Universidad de Chile, ao lado dos adeptos, imagem que correu as redes sociais e sites.
Fã de tatuagens, é também por isso que tem o símbolo do clube num dos gémeos e, mesmo a partir do momento em que rumou ao Pumas (México), El Zlatan, como é conhecido no seu país, conseguia marcar presença entre os adeptos da Universidad sempre que os imperativos de agenda assim permitiam.
Tido como rebelde, curiosamente, o avançado que vai estar às ordens de Rui Vitória passou pelos cadetes do rival Colo Colo e o processo de desvinculação foi complicado. Só mediante um assomo de "loucura", como o próprio contou no passado, lhe foram passados os documentos que serviram de passaporte para a "sua" Universidad Católica.
Autor de uma das grandes penalidades que valeu o triunfo chileno sobre a Argentina na Copa América Centenário, em 2016, Castillo amadureceu e moldou o carácter. Hoje em dia, o avançado não dispensa partidas de... golfe, modalidade da qual se tornou fã incondicional, por ocasião da passagem pelo Brugge. "A cidade era muito tranquila, até demais. Queria fazer mais coisas e essa inquietação começou a passar para o campo, algo que pesou. Mas amadureci e agora até jogo golfe, ajuda-me a refletir", confessou em tempos.
Já nas duas últimas épocas, ao serviço do Pumas, no México, nos tempos livres, a aposta recaía invariavelmente na prática de golfe. Por ser o único jogador adepto da modalidade, Castillo chegou a dar umas tacadas ao lado do presidente Rodrigo Ares de Parga e de Leandro Augusto, antigo jogador, que desempenha as funções de treinador das camadas jovens do Pumas.